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Soja promete rentabilidade menor na temporada 2008/2009.

Publicada em 11/04/2008 às 15:15:26

Soja promete rentabilidade menor na temporada 2008/2009.Soja promete rentabilidade menor na temporada 2008/09

Data de publicação: 16/01/2008 09h12 - Fonte: Gazeta Mercantil

A safra 2008/09 já se mostra com custos altos e rentabilidade menor para os que iniciaram a fixação de adubo com soja. Neste momento, a relação de troca está mais desvantajosa que em janeiro de 2007, apesar dos patamares recordes para a oleaginosa. No Paraná o produtor comprometeria hoje 22,39 sacas (60 quilos) por tonelada de fertilizante, quando em janeiro do ano passado a relação era de 18,73 sacas. Segundo analistas de mercado, a tendência é que o preço do insumo continue subindo, visto que a oferta mundial está escassa, perto da demanda. Já os fundamentos da soja trazem incerteza nas cotações para o segundo semestre, com indicações até de baixa para o final do ano, dependendo do tamanho da retomada da área de soja americana.

Ainda não há um dado oficial sobre quanto da safra 2008/09 de soja do Brasil já foi fixada com adubo neste mês. Alguns negócios no Centro-Oeste são relatados e o mercado indica que não passam de 10% do total a ser colhido. "O mercado mundial de adubo continua extremamente aquecido e a oferta muito apertada. Não há indicativos de alguma mudança nesse quadro no curto prazo", avisa Carlos Eduardo Florence, diretor-executivo da Associação Brasileira dos Misturadores do Brasil (AMA).


Em Cascavel (PR), por exemplo, levantamento da AgraFNP identificou que o aumento desse insumo entre janeiro de 2007 e este mês foi de 71,56%, enquanto a saca de soja nessa região variou 43,48% no período. Em Rondonópolis (MT), o adubo também aumentou mais que o grão, de R$ 647,55 a tonelada no primeiro mês de 2007 para R$ 1.065,00 em janeiro de 2008, variação de 64,46%. A cotação da saca de soja passou de R$ 26,06 para R$ 41,45 no período, alta de 59,05%.


O resultado é que um produtor do Paraná que tem produtividade de 50 sacas por hectare terá que comprometer quase metade (22,39 sacas) para obter neste mês uma tonelada de adubo. "O preço da soja sobe e o do insumo também. Isso significa que o risco também está aumentando. O produtor investe mais, para brigar por margem igual ou menor", avalia Fábio Turquino Barros, da AgraFNP.


No caso de Rondonópolis, a relação de troca de soja com adubo também ficou mais desvantajosa, mas em uma proporção menor. Para Barros, isso se explica porque a valorização do grão em Mato Grosso foi maior, puxada, possivelmente, pela demanda das indústrias processadoras do município.


Diante desse cenário - que indica altas ainda maiores para os adubos -, Anderson Galvão, diretor da consultoria Céleres, avalia que a melhor estratégia ao produtor é não fixar, mas aproveitar os preços da soja e vender agora a safra atual para comprar o mais cedo possível o insumo para a temporada 2008/09. Além da pressão de preços dos insumos, há o indicativo no mercado de que recuo nas cotações da oleaginosa ao final do ano. "O contrato de novembro na Bolsa de Chicago (CBOT) está 7% mais baixo que o de julho. Isso não se deve simplesmente ao fato de nessa época ter entrado a safra americana, mas sim porque o mercado aposta que a área de soja dos Estados Unidos vai aumentar na próxima safra", explica Galvão.


Gonzalo Terracini, analista de gerenciamento de risco da FCStone, também acredita que a margem do produtor está mais apertada para a safra 2008/09. "Isso porque, além dos insumos, também houve a desvalorização cambial".

A Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) informou que a relação de troca não piorou. Até novembro de 2007, segundo a Anda, a relação era de 18,5 sacas para uma tonelada, ante as 19,7 sacas de novembro de 2006.