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CAUTELA NÃO FAZ MAL A NINGUÉM.

Publicada em 06/10/2008 às 19:03:15

Cautela não faz mal a ninguém

Plante com a melhor tecnologia tudo o que puder plantar usando recursos próprios ou crédito rural disponível. Só não dê um passo maior do que a perna nesse momento de crise global. A dica é do ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, e é direcionada a um dos setores mais prósperos da economia brasileira: o agronegócio. Coordenador do Centro de Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo, Rodrigues usa um bom e velho ditado da roça para recomendar cautela. “É o momento de deixar as barbas de molho”, disse em entrevista à Cláudia M. Abreu.

Segundo o ex-ministro, antes mesmo do agravamento da crise econômica global, o Brasil já estava com problemas de crédito para o agronegócio por conta da maior demanda, ocasionada por dois motivos. O primeiro deles, diz Rodrigues, é que os custos de produção subiram muito. “Este ano, o volume de crédito por hectare, por exemplo, está maior do que em 2007”. O segundo fator é o aumento de 5% na área plantada, ou seja, um número maior de hectares precisando de crédito para serem cultivados.

Crédito privado

Enquanto a demanda aumenta, a oferta cai. De acordo com Rodrigues, tradings e grandes moageiras de grãos, principalmente de soja, estão reduzindo sua participação na concessão de financiamento privado aos produtores. Elas faziam isso por meio das conhecidas operações de hedge. Outro agravante foi a indefinição sobre as dívidas agrícolas passadas. “Então, o cenário real que temos hoje é de redução de crédito e aumento de custos de produção. Com menos dinheiro disponível, os produtores reduzem o investimento em tecnologia e deixam aberta a possibilidade de redução de produtividade em condições climáticas desfavoráveis, por exemplo”, completa.

Pior dos mundos

Para Rodrigues, possibilidades mais pessimistas também devem ser levantadas. Pode-se pensar, por exemplo, na queda da demanda mundial por alimentos, o que jogaria os preços das commodities agrícolas para baixo na hora da colheita. “Isso teria de ser mitigado com o câmbio, o dólar mais elevado, como está acontecendo agora”, diz. No entanto, como o comportamento do câmbio é incerto, um cenário de “pior dos mundos” também tem de ser traçado: custo de produção alto, crédito curto e dólar baixo. “Mas não acredito que isso ocorra”, diz. São somente hipóteses, mas prudência e canja de galinha não fazem mal a ninguém.

Palco central

Custos de transporte mais baixos levariam a um aumento significativo das exportações latino-americanas, superando qualquer possível ganho que a região possa ter com tarifas mais baixas no futuro. É o que revela um estudo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Uma redução de 10% nos custos de frete em nove países latino-americanos – incluindo Brasil, Argentina, Chile, Colômbia e Bolívia – permitiria que as exportações para os Estados Unidos aumentassem 39% em média, de acordo com o estudo. Em contraste, as exportações desses países para os Estados Unidos subiriam menos de 2% em média se as tarifas sobre as importações fossem reduzidas em 10%

“O transporte precisa estar no palco central do debate sobre políticas comerciais depois do fracasso de Doha”, disse Maurício Mesquita Moreira, o economista do BID que coordenou o estudo.

Baixar para vender

Melhorias relativamente pequenas nos transportes também permitiriam que os países do estudo aumentassem substancialmente as vendas de produtos que eles já exportam para outros países da América Latina e do Caribe.

O estudo sugere que, com uma redução de 10% nos custos de transporte, as exportações intra-regionais podem crescer mais de 30%, o que representa um impacto muito maior do que o efeito de reduções similares em tarifas.

No Brasil, por exemplo, a expansão nas exportações de sementes e frutos oleaginosos e de máquinas, desencadeada pela mesma redução nas taxas de fretes, seria aproximadamente 32 vezes maior do que o efeito de uma redução nas tarifas.

Lucro maior

Os produtos manufaturados no Brasil, Chile, Equador, Peru e Uruguai seriam os mais beneficiados por uma redução nos custos de transporte, enquanto as exportações de minérios e metais teriam seu maior aumento na Argentina, Colômbia e Paraguai.

Adicionalmente, os exportadores poderiam ficar com uma parte maior de seus lucros, que hoje estão sendo transferidos para um setor de transportes ineficiente, o que lhes permitiria investir em expansão e em medidas para aumentar a produtividade. No Brasil, por exemplo, o custo do transporte de soja pode representar até 79% do preço dos produtores.

Em resumo: o estudo do BID conclui que, sem uma melhora significativa nos transportes, a presença maior da América Latina e do Caribe nos mercados mundiais continuará sendo uma meta distante.

Gangorra

A valorização do dólar frente ao real por taxa de venda no terceiro trimestre de 2008, até o dia 29 de setembro, foi de 22,9%. De acordo com a consultoria Economática, foi a terceira maior taxa trimestral desde que o Plano Real entrou em vigor, em 1994. A maior variação para cima ocorreu nos primeiros três meses de 1999, época de crise cambial, e a segunda foi registrada no terceiro trimestre de 2002, pouco antes da eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para seu primeiro mandato.

De acordo com os dados da Economática, a valorização da moeda norte-americana deverá causar efeitos negativos nos resultados do trimestre das empresas abertas que têm dívidas em dólar.

Orgânicos em Boston

Nove empresas brasileiras de produtos orgânicos participarão da Biofach América, em Boston, nos Estados Unidos. Entre os dias 15 e 18 de outubro, elas irão expor seus produtos no estande da Organics Brasil, que trabalha em parceria com o Instituto de Promoção do Desenvolvimento (IPD), a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (FIEP) e a Apex-Brasil para colocar os produtos orgânicos brasileiros no mercado externo.

Na terra de Mao

A Novo Mel, fabricante e distribuidora de produtos apícolas, acaba de embarcar 3,6 toneladas de mel para a China. Até o final do ano, a empresa espera exportar 10% de sua produção, estimada em 69 toneladas. A conquista do mercado asiático pela Novo Mel é resultado das iniciativas do Sistema de Apoio à Exportação (SAX), de Santo André, na região do ABC paulista. O SAX presta consultoria gratuita às micro e pequenas empresas que desejam levar sua produção e serviços ao exterior.


Fonte: ANBA