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MAIS DE 90% DOS PRODUTORES MATO-GROSSENSES SEM INADIMPLENTES.

Publicada em 20/10/2008 às 10:42:15

MAIS DE 90% DOS PRODUTORES MATO-GROSSENSES SEM INADIMPLENTES.Mais de 90% dos produtores mato-grossenses seguem inadimplentes




Mais de 90% dos produtores mato-grossenses já teriam tomado a decisão de não quitar as parcelas do endividamento rural contraído junto ao Banco do Brasil, vencidas no último dia 15. “A nossa orientação é para que o produtor priorize o plantio e só efetue o pagamento se tiver dinheiro no caixa”, disse ontem o presidente do Sindicato Rural de Sinop, Antônio Galvan. A superintendência do Banco do Brasil, por meio da sua assessoria de imprensa, informou que ainda não tem levantamento sobre o número de produtores que efetuaram o pagamento das parcelas em Mato Grosso.

“Quem pagar sem ter a garantia da safra plantada corre o risco de entrar na insolvência”, advertiu Galvan, lembrando que o plantio este ano está atrasado por causa das chuvas e da falta de crédito para a aquisição de fertilizantes. Há quase dez dias o plantio no norte do Estado foi interrompido por falta de chuvas.

Os números confirmam matéria do Diário que mostrou a disponibilidade dos produtores em retardarem os pagamentos de 2008, num comportamento considerado ‘moratória branca’, pelo segmento.

O Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea), órgão pertencente à Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) informou que até sexta-feira da semana passada apenas 9% da área estava plantado em Mato Grosso. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a soja deverá expandir a área plantada 1% a 3%, cultivando ao em torno de 5,73 milhões de hectares a 5,84 milhões, mas os números são contestados pelos sojicultores mato-grossenses, que, em função ao alto custo de produção e dos reflexos da crise mundial, apostam em retração de pelo menos 10% na área plantada e conseqüentemente na produção.

Na opinião de Galvan, o atraso no plantio este ano vai refletir principalmente na safrinha de milho. “Se o plantio da soja atrasar muito, pouca gente vai plantar a segunda safra de milho, porque poderá ter perdas”. Com a demora no cultivo, há demora na colheita da soja e, com isso, o produtor que faz a segunda safra perde a janela ideal de plantio ao milho, que necessita de chuvas para se desenvolver e alcançar boa produtividade.

O Imea aposta em uma redução de 20% na safra de milho, porém muitos de forma individual. Os produtores já falam em percentuais de até 50%. “Ainda é uma incógnita, pois a situação realmente é preocupante e o produtor terá dificuldades”, avalia Galvan, que é produtor na região de Sinop (503 quilômetros ao norte de Cuiabá) e este ano irá reduzir a sua área em cerca de 80%. Na safra passada, ele plantou cerca de 600 hectares e este ano anuncia que irá plantar pouco mais de 100 hectares.

DÍVIDAS – O presidente do Sindicato Rural de Sinop afirma não ter sentido pagar a dívida, se o produtor não tem dinheiro nem para plantar. “Primeiro ele deve assegurar o plantio da lavoura e depois pensar nas dívidas. Não dá para fazer as duas coisas”.

Ele disse ter informações de que a grande maioria dos produtores em sua região deixou de pagar a parcela do último dia 15. “A ordem é priorizar a safra, que é uma necessidade de todos e uma questão de sobrevivência dos produtores”.

Galvan alerta que os prejuízos decorrentes da perda de renda, do aumento dos custos de produção e da queda dos preços das commodities no mercado internacional vão impor “quebradeira generalizada” ao produtor na próxima safra.

“O produtor tem que ser bastante cauteloso neste momento e calcular muito bem tudo o que irá fazer dentro de um planejamento sério e a longo prazo”, frisou Galvan.

TAPURAH - Na região de Tapurah (433 quilômetros ao médio norte de Cuiabá), os produtores também tomaram a decisão de priorizar o plantio da nova safra (08/09). “Também estamos recomendando ao produtor que dê atenção ao plantio e somente pague a dívida se sobrar dinheiro”, afirma o presidente do Sindicato Rural de Tapurah, Marusan Ferreira Barbosa.

Segundo ele, o plantio na região também está atrasado “por falta de chuva e de crédito” e faz previsões pessimistas sobre a produção de soja, milho e algodão.


Fonte: NOT. AGRIC.