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LULA APRESENTA POTENCIAL DE EXPANSÃO DO ETANOL.

Publicada em 03/11/2008 às 10:50:16

LULA APRESENTA POTENCIAL DE EXPANSÃO DO ETANOL.Lula apresenta potencial de expansão do etanol


Na conferência internacional sobre biocombustíveis, em São Paulo, o presidente vai mostrar estudo sobre as terras que podem ser utilizadas sem desmatamento ou avanço sobre outras áreas de plantio.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai apresentar no dia 17, em São Paulo, um plano de zoneamento agrícola do Brasil atualmente em preparação pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O levantamento será divulgado na abertura da conferência internacional sobre biocombustíveis “Os biocombustíveis como vetor do desenvolvimento sustentável”, que ocorre de 17 a 21, na capital paulista.

“O estudo vai mostrar quais são as áreas para expansão da agricultura no país, sem incluir a Amazônia, o Pantanal, áreas indígenas, florestas, cidades, etc.”, disse na sexta-feira (31), em entrevista para correspondentes estrangeiros, o embaixador André Amado, subsecretário-geral de Energia e Alta Tecnologia do Itamaraty, responsável pela coordenação do evento.

De acordo com ele, a pesquisa vai revelar efetivamente quais as áreas que podem ser utilizada pelas diversas lavouras, incluindo a de cana-de-açúcar para produção de etanol, sem que isso implique em desmatamento. Vão fazer parte do levantamento terras que hoje são subutilizadas. “Será um grande avanço nessa área, pois faltam detalhes”, declarou.

Segundo dados do Mapa, o país tem 65 milhões de hectares disponíveis para a expansão da cana-de-açúcar, sendo que 37 milhões são hoje áreas de pastagens. No início de outubro, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disse que a cultura da cana deverá avançar nessas áreas de pastagens, que estão bem distribuídas pelo território nacional.

Stephanes acrescentou que nos próximos oitos anos o Brasil vai precisar de quatro a cinco milhões de hectares para dobrar a produção de cana. Ele disse ainda que o zoneamento é o instrumento adequado para compatibilizar a produção de alimentos com a de biocombustíveis e o respeito ao meio ambiente.

Debate

Volta e meia a produção de biocombustíveis é alvo de críticas em outros países por receio de que ela poderia ocupar terras destinadas aos alimentos e incentivar o desmatamento. Já há mais de um ano o governo vem se empenhando em mostrar que esse não é o caso do Brasil. A conferência deste mês foi anunciada pelo presidente Lula da reunião da Assembléia Geral da Onu de 2007.

De acordo com André Amado, a meta da conferência é justamente discutir de maneira objetiva o potencial dos biocombustíveis. No Brasil o etanol é utilizado em larga escala nos automóveis faz mais de 30 anos e o país domina toda a tecnologia da cadeia de produção e de uso do produto.

O embaixador ressaltou que é possível comprovar na ponta do lápis que os biocombustíveis são hoje a opção mais limpa, barata e energética de produção alternativa de energia. “Não temos o objetivo de convencer as pessoas a importar etanol do Brasil, mas a preocupação de exportar a idéia de que hoje os biocombustíveis são a fonte mais limpa do mundo”, disse. “Até porque a demanda interna do Brasil quase que dispensaria as exportações”, acrescentou.

Ele acrescentou que a cadeia produtiva do setor pode representar uma alternativa de desenvolvimento para países pobres, especialmente da África. “Existem países africanos cujo consumo anual de energia é igual ao do Shopping Iguatemi”, disse ele, referindo-se ao tradicional centro de compras paulistano. “Imaginem a importância que teria para um país desse receber um projeto de usina de etanol”, declarou.

Amado lembrou que o Brasil e os Estados Unidos, os dois maiores produtores mundiais de álcool combustível, já estão empenhados em um programa de promoção da produção de etanol em países em desenvolvimento. Hoje o projeto realiza iniciativas na América Latina e no Caribe, mas num segundo momento será ampliado para o Senegal e Guiné Bissau, na África. “Queremos compartilhar o que sabemos sobre biocombustíveis com outros países em desenvolvimento”, disse.

Desde o lançamento da idéia da conferência, as condições econômicas internacionais mudaram. No final do ano passado o preço do petróleo estava em ascensão, havia forte pressão inflacionária sobre os alimentos e medo de desabastecimento, e a crise financeira ainda não tinha provocado os estragos que vem causando recentemente nas finanças mundiais.

O embaixador ressaltou, porém, que a discussão sobre os biocombustíveis não é conjuntural, mas estrutural. Ou seja, sua importância não depende de qual assunto é o mais importante da pauta internacional no momento. Do ano passado para cá diversos países, principalmente da União Européia, aliviaram seus discursos em relação ao etanol, especialmente ao produto desenvolvido no Brasil.

Pauta

A conferência vai abordar temas como a segurança energética; mudanças climáticas; sustentabilidade, incluindo segurança alimentar e geração de renda; inovação, inclusive o desenvolvimento de biocombustíveis de segunda geração, como o etanol de celulose; e mercado internacional, com a discussão de regras comerciais, técnicas e sócio-ambientais.

Também junto com os EUA, o Brasil já trabalha na criação de um padrão de etanol para que ele possa ser tratado como commodity. Essa discussão, segundo Amado, inclui outros países, como a África do Sul e a Índia. De acordo com ele, o assunto vem sendo tratado também por outros governos, inclusive pela União Européia, e pelo setor privado.

Nessa seara, outra questão considerada importante, e que deve ser debatida, é a criação de uma entidade internacional destinada exclusivamente ao setor de energia, que hoje não existe. “Queremos que haja”, afirmou o embaixador.

Ele destacou que entre 35 e 40 delegações internacionais chefiadas por ministros já confirmaram presença na conferência, assim como cerca de 500 pessoas se inscreveram pela internet para assistir os debates.


Fonte: http://www.biofuels2008.mre.gov.br