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LULA COBRA INICIATIVA DE RICOS E UNIÃO GLOBAL CONTRA CRISE.

Publicada em 11/11/2008 às 09:09:08

LULA COBRA INICIATIVA DE RICOS E UNIÃO GLOBAL CONTRA CRISE.Lula cobra iniciativa de ricos e união global contra crise.



Na abertura da reunião ministerial do G-20, em São Paulo, o presidente defendeu nova 'arquitetura financeira' mundial e a conclusão da Rodada Doha como 'antídoto' contra a depressão da economia.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou hoje (08) ação coordenada entre os países e iniciativa das nações desenvolvidas no combate à crise financeira internacional. “Esta é uma crise global e exige soluções globais”, disse Lula na abertura da reunião de ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais do G-20. “Este é o momento de formular propostas para uma mudança substancial na arquitetura financeira mundial”, acrescentou.

O presidente destacou que a crise surgiu nas economias avançadas e delas devem vir as iniciativas de uma ação internacional coordenada. Ele ressaltou, no entanto, que as nações emergentes têm que ter um papel ativo na formulação e implementação das soluções. “O G-7 não tem condições de conduzir esse processo sozinho”, declarou, referindo-se ao grupo dos sete países mais ricos do mundo.

Para ele, é hora de uma “governança” mais aberta e participativa, “e o Brasil está pronto para assumir esta responsabilidade”. “Não é hora de soluções individuais”, afirmou Lula, ressaltando que é preciso um “pacto” entre governos para criar essa nova arquitetura financeira internacional.

“As instituições multilaterais devem se adequar a uma nova realidade, com maior participação dos países emergentes”, declarou. Os princípios para a “nova arquitetura”, segundo Lula, devem ser: representatividade e legitimidade das entidades reguladoras internacionais, ação coletiva, boa governança, incentivo ao crédito, aperfeiçoamento da regulação, supervisão e avaliação de riscos do mercado mundial, transparência e busca de equilíbrio das finanças pelos governos em seus próprios países. “A responsabilidade política de cada país não deve atingir os outros”, afirmou.

De acordo com o presidente, o G-20, que reúne os países mais ricos e as principais economias emergentes, pode ter uma contribuição importante nesse processo por ter representatividade. “A superação da crise passa pela cooperação desses dois blocos, ouvindo a comunidade internacional”, destacou.

Para Lula, é chegada a hora da ação política. “A crise nasceu da crença cega na capacidade de auto regulação dos mercados e, em grande medida, da falta de controle sobre os agentes financeiros”, disse. “Este sistema ruiu como um castelo de cartas, e com ele veio abaixo a fé dogmática no princípio da não intervenção do estado na economia. Muitos do que antes abominavam essa intervenção agora pedem desesperadamente sua ajuda”, acrescentou.

Segundo o presidente, sua principal preocupação é com a ameaça de uma recessão global que resulte na perda de empregos e no avanço da pobreza. “Não podemos permitir que o pânico que se instalou em muitos lugares atinja os setores produtivos”, declarou. “Cabe a nós, líderes mundiais, com responsabilidade e serenidade, não nos deixar contagiar pelo medo”, acrescentou.

Lula destacou que os países desenvolvidos e o Fundo Monetário Internacional (FMI) devem tomar medidas para devolver a liquidez às linhas de crédito internacional, pois a falta de financiamento externo afeta a balança de pagamentos de muitos países.

Terminar Doha

O presidente disse também que a crise afeta o comércio, pois os países ricos passam a comprar menos e, conseqüentemente, os emergentes a exportar menos. Ele ressaltou que é preciso evitar o protecionismo financeiro e comercial, pois o exemplo da crise de 1929 mostra que esse tipo de ação resulta em depressão ainda maior.

Nesse sentido, Lula disse que “este é o momento para o impulso final para a Rodada Doha” de liberalização do comércio internacional. “Uma maior abertura é um excelente antídoto contra a crise”, afirmou. “A rodada não é mais uma opção, mas uma necessidade. Existe um bom conjunto de propostas sobre a mesa e temos de enfrentar os problemas com grandeza. Os países ricos não devem aumentar as exigências sobre os emergentes”, acrescentou.

Para ele, “vidas humanas” estão em jogo e bilhões de pessoas esperam que os líderes mundiais estejam à altura do desafio de enfrentar a crise.


Fonte: A.R. ANBA.