SOJA NASCE MELHOR ONDE FOI FEITO CONSÓRCIO COM MILHO E BRAQUIÁRIA.

Publicada em 13/11/2008 às 10:16:45

Soja nasce melhor onde foi feito consórcio com milho e braquiária.




As lavouras de soja da safra 2008/09, cujo plantio começou em meados de outubro e deve prosseguir até o final deste mês, estão germinando bem, de uma forma geral, favorecidas pelas chuvas dos últimos dias. Mas o desenvolvimento das plantas parece estar acontecendo ainda melhor em áreas onde, durante a última safrinha de inverno, foi feito o consórcio de milho com capim braquiária.

O consórcio ocupou este ano cerca de 10 mil hectares na região da Cocamar e seu objetivo é a produção de palhada para cobrir o solo durante os meses quentes. É simples: o milho e a braquiária são plantados juntos, mas só o primeiro cresce, sufocando a outra cultura por algum tempo. Só após a colheita do cereal é que o capim viceja com todo o seu potencial. Um mês antes do plantio da soja, essa vegetação é dessecada. O resultado é o solo protegido, o que favorece o desenvolvimento da soja devido a retenção da umidade por mais tempo. A palhada também impede que chuva forte compacte o solo ou aterre as linhas de semeadura da soja em áreas desniveladas.

Em Maringá, na região da comunidade Guerra, produtores que fizeram o consórcio, sob orientação da Cocamar, estão sentindo a diferença. Um deles é Herlington Cremm, que destinou 44 alqueires, cerca de 30% do total da propriedade, para o plantio da braquiária nas entrelinhas do milho. Por ser uma das primeiras áreas a ser plantada, ele optou por uma soja de ciclo mais longo, a variedade Coodetec 219.

“Realmente a palhada deixa o solo úmido por mais tempo, o que é essencial para a germinação”, diz o agricultor, mostrando que a soja está crescendo uniforme.

Em Ângulo, na propriedade de Vladimir Marcon, em Ângulo, é possível fazer um comparativo entre a soja que germina na palhada e a que sai em terra descoberta. Na primeira, a lavoura se desenvolve normalmente. Na segunda, onde o solo foi gradeado, a germinação foi comprometida e há sulcos de erosão provocados por chuvas intensas.

O engenheiro agrônomo Valmir Schneider, da Cocamar, explica que o consórcio pode ser considerado como rotação de cultura, uma vez que beneficia a plantação subseqüente para que a mesma não seja infestada por pragas ou doenças típicas da monocultura. “A palhada vai ser benéfica para a planta por todo o ciclo”, diz.

Ele explica que nos dias mais quentes do verão a temperatura do solo que não tem a cobertura pode chegar a mais de 60 ºC, diferentemente do solo coberto com matéria orgânica, que não passa dos 32 ºC “Os maiores benefícios do consórcio serão sentidos pelos produtores em caso de veranico, pois as perdas com a falta de chuva serão bem maiores nas áreas de quem não optou pela tecnologia”, observa o engenheiro agrônomo.


Fonte: COCAMAR