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BRASIL É MODELO NA ESTRATÉGIA DOS BIOCOMBUSTÍVEIS.

Publicada em 03/12/2008 às 08:56:50

BRASIL É MODELO NA ESTRATÉGIA DOS BIOCOMBUSTÍVEIS.Brasil é modelo na estratégia dos biocombustíveis.


A afirmação é da secretária-geral adjunta da Unctad, Lakshmi Puri, relatora da plenária 'Biocombustíveis e Mercado Internacional', realizada ontem (19), em São Paulo, durante conferência internacional


Puri defendeu maior abertura para biocombustíveis no comércio internacional
São Paulo – A experiência brasileira é considerada modelo na estratégia de desenvolvimento dos biocombustíveis. A afirmação é da secretária-geral adjunta da Unctad, Lakshmi Puri, relatora da plenária Biocombustíveis e Mercado Internacional: regras comerciais, questões técnicas e padrões sócio-ambientais, realizada ontem (19), em São Paulo. “Nós observamos o modelo brasileiro para ver em quais países ele pode ser replicado. O uso de biocombustíveis da forma como imaginamos é uma estratégia de ganha, ganha, ganha. Ganha o meio ambiente, ganha o comércio e ganha o desenvolvimento”, disse Puri.

O setor de biocombustíveis, segundo Puri, por ser novo e dinâmico é uma grande oportunidade. “O que estamos fazendo é tentar auxiliar os países em desenvolvimento. Ajudamos as nações a escolher o modelo correto e tudo isso tem que ir de mãos dadas em termos de segurança alimentar”, afirmou.

De acordo com a relatora, o sistema comercial precisa ser aberto. “As regras da OMC (Organização Mundial do Comércio) e as políticas ainda são muito locais. Também precisam ser revistos os impostos que incidem em alguns mercados e a questão dos subsídios que provocam ainda mais desequilíbrio entre países ricos e países em desenvolvimento”, destacou.

“A agroenergia e os biocombustíveis representam uma mudança de paradigmas, de aproximação entre os povos, estabelecendo novas premissas para um desenvolvimento sustentável e geração de paz”, afirmou Roberto Rodrigues, presidente do Conselho Superior de Agronegócio da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) e ex-ministro da Agricultura.


Para Rodrigues os biocombustíveis representam uma mudança de paradigmas e de aproximação entre os povos
De acordo com Rodrigues, existe um consenso geral da necessidade da busca por entendimento entre os interessados na produção de biocombustível, que ainda não é uma commodity e por isso ainda não tem preço internacional. “O problema todo envolve diversas vertentes. Tem a ver com modelos institucionais, tecnologia, obrigatoriedade na mistura de etanol, passa pela questão logística e de infra-estrutura e também questões tarifárias”, destacou.

Os biocombustíveis e o aquecimento

“O aquecimento global é uma preocupação geral de todos. Temos que maximizar a problemática. Estamos realizando reuniões no Brasil e na África do Sul em busca de padrões de sustentabilidade, com mais empregos, mais oportunidades. Nós estamos desenvolvendo padrões de produção de biocombustíveis com todos os atores conhecidos”, destacou Charlotte Opal, chefe de secretariado da Mesa Redonda de Biocombustíveis Renováveis da Escola Politécnica Federal de Lausanne, na Suíça.

Para o presidente da União da Indústria da Cana-de-açúcar (Unica), Marcos Jank, o mundo hoje enfrenta dois problemas: escassez de petróleo e aquecimento global. “Hoje temos mais de 50 fóruns que discutem biocombustíveis mundo afora. O assunto está tão em evidência porque é baseado em pilares social, ambiental e econômico”, disse Marcos Jank, presidente da União da Indústria da Cana-de-açúcar (Unica). “Temos pessoas trabalhando nos Estados Unidos e em Bruxelas. Desenvolvemos folders e anúncios em jornais e revistas. Recebemos cerca de 340 pedidos diários de entrevista. A novidade é que a Europa e os Estados Unidos resolveram investir no segmento”, observou.

Sobre as normas do comércio, Corrado Clini, diretor-geral de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério do Meio Ambiente da Itália, afirmou que devemos usar o argumento do aquecimento global, da mudança climática, para mudar regras da OMC que dizem respeito aos biocombustíveis. Segundo ele, ainda é difícil introduzir a bioenergia em uma conferência nacional. "E isso não é uma questão de informação, é uma questão política”, observou.

Em relação à sustentabilidade, Clini disse que é preciso concordar com o critério para construir um mercado global. “É preciso um movimento global para o uso de terras mais em termos de reduzir as emissões de C02. Espero que a União Européia e o Brasil sejam capazes de criar um mercado comum para trabalhar. Nós não temos como atender a meta de 10% de redução até 2020 e teremos que importar. Boas notícias para o Brasil”, garantiu.

O evento

A Conferência Internacional sobre Biocombustíveis, começou segunda-feira (17) e segue até amanhã (21), no hotel Hyatt, em São Paulo. Participam delegações de 92 países e cerca de três mil pessoas se increveram para assistir os debates. O encontro contribuirá para a discussão internacional sobre os desafios e oportunidades apresentados pelos biocombustíveis, e é uma importante ocasião para a abordagem objetiva de temas relacionados aos biocombustíveis, como segurança energética, produção e uso sustentáveis, agricultura, processamento industrial, além de questões ligadas a especificações e padrões técnicos, comércio internacional, mudança do clima e o futuro dos biocombustíveis.

Participam do encontro representantes de governos, organismos internacionais, parlamentares, comunidade científica e acadêmica, iniciativa privada, sociedade civil e ONGs, entre outros. Todos os países-membros da ONU foram convidados.

A conferência foi organizada pelo Grupo Interministerial de Trabalho, integrado pelo Ministério das Relações Exteriores; Casa Civil; Ministério de Minas e Energia; Ministério da Agricultura; Ministério do Meio Ambiente; Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; Ministério da Ciência e Tecnologia e Ministério do Desenvolvimento Agrário.


Fonte: GEOVANA PAGEL.