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COOPERAÇÃO TRILATERAL NA PRODUÇÃO DE BIOCOMBUSTÍVEIS.

Publicada em 03/12/2008 às 09:00:23

COOPERAÇÃO TRILATERAL NA PRODUÇÃO DE BIOCOMBUSTÍVEIS.Cooperação trilateral na produção de biocombustíveis.


É o que defendeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sexta-feira (21), em São Paulo, durante a Conferência Internacional de Biocombustíveis, que reuniu 92 delegações estrangeiras.


Lula, o governador José Serra (centro) e o ministro Reinhold Stephanes, da Agricultura
São Paulo – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a cooperação trilateral para viabilizar a produção de biocombustíveis na América Central, Caribe e África. “O Brasil está disposto, sobretudo em relação aos países do continente africano, a transferir a tecnologia necessária. Já estamos fazendo isso, inclusive. Um exemplo é a instalação da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) em Acra, capital de Gana”, disse Lula durante o encerramento da Conferência Internacional de Biocombustíveis, sexta-feira (21), em São Paulo.

Lula também falou sobre a importância da participação e dos investimentos dos países ricos no processo de produção das novas fontes de energia. “Não queremos que os europeus desmontem a sua estrutura agrícola para plantar cana. Queremos que eles invistam na produção de biocombustíveis nos países pobres que têm terras suficientes para isso como os países da África”, afirmou.

“Só vamos vencer os desafios se a comunidade internacional agir de forma solidária e levando em consideração toda a importância do tema”, observou. Segundo Lula, a parceira entre países ricos e pobres vai gerar desenvolvimento para ambos e diminuir a imigração. “Enquanto houver miséria localizada, alguns povos serão nômades em busca de melhores oportunidades”, completou.

O presidente destacou a necessidade de se combater a desinformação dos que afirmam que os biocombustíveis serão responsáveis por destruir florestas e provocar a fome no mundo. “É deturpação de informações e preconceito, que na verdade escondem interesses. Os biocombustíves estão longe de ser uma panacéia, de solucionar todos os problemas sociais, ambientais e econômicos, mas podem nos ajudar a conciliar desenvolvimento com respeito ao meio ambiente”, disse.

Sobre como gerar emprego, renda e reduzir padrões insustentáveis de consumo e atender a demanda internacional por novas fontes de energia, Lula citou o exemplo brasileiro. “Convidamos todo o mundo a conhecer os 30 anos de resultado concreto do Brasil. Graças a esforços, muito trabalho e recursos aplicados em pesquisa”, observou.

G-20

De acordo com o presidente, o comparecimento de 92 delegações estrangeiras demonstra que o tema finalmente ganhou destaque mundial. “Até pouco tempo só se falava em crise dos alimentos. Agora o mundo enfrenta uma crise maior e ainda mais devastadora. Na reunião do G-20, em Washington (EUA), decidimos agir de maneira conjunta e coordenada para minimizar a crise. Não podemos encobrir outros problemas graves de fome, pobreza e mudanças climáticas", disse.

Segundo Lula, “a diversificação de formas de produção de energia é urgente para países ricos e em desenvolvimento. Esse encontro lançou discussão sobre regras e parâmetros técnicos. O mundo precisa permitir que os biocombustíveis se transformem em commoditie e possam ser produzidos e exportados para um maior número de países”, destacou. Para o presidente, “muita gente ainda não entendeu que o padrão de consumo precisa mudar. A nossa vida é passageira, mas renascemos nos nossos filhos e netos”.

Ao finalizar seu discurso, Lula citou a descoberta de uma reserva de dois bilhões de barris de petróleo pela Petrobras, anunciada ontem. “Isso não diminui em um milímetro a atenção que dedicamos aos biocombustíveis. Explorar petróleo custa caro. Apenas uma plataforma custa cerca de US$ 2 bilhões. Imagine a diferença em produzir biocombustíveis, onde um pequeno produtor, que em buraco de 1 cm pode produzir seu próprio petróleo e ainda reduzir a emissão de gases”, comparou. Newton Santos/Hype
O presidente Lula durante cerimônia de encerramento do evento


São Paulo

O governador do estado de São Paulo, José Serra, que também participou do encerramento da conferência disse que o tema biocombustíveis, pela sua repercussão ambiental, é de interesse do planeta, principalmente das grandes cidades. “Em comparação com a gasolina, diminui 90% a emissão de dióxido de carbono e não emite gás metano”, destacou.

Serra disse que “apesar dos biocombustíveis serem a chave para o desenvolvimento sustentável, os Estados Unidos continuam a adotar regras protecionistas, impondo a barreira de 0,30 centavo de dólar por litro, que é o custo de produção. Ou seja, uma proteção de 100%”. O governador observou também que, além disso, a produção de etanol baseada no milho é muito mais cara "e vai continuar sendo apesar do uso de tecnologia".

Para Serra, entre as preocupações do Brasil, está a de garantir condições ambientais. "Aqui no estado foram fechados acordos para o fim das queimadas, zoneamento da cana para assegurar diversidade da agricultura paulista e em breve será implantado um centro de pesquisa destinado à bioenergia, boa parte em parceria com a iniciativa privada”, destacou.

A Conferência Internacional sobre Biocombustíveis, realizada pelo governo brasileiro, teve início na segunda-feira (17) e foi encerrada ao meio-dia de sexta-feira.


Fonte: GEOVANA PAGEL. ANBA.