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MERCADO EXTERNO BUSCA GENÉTICA ANIMAL NO BRASIL.

Publicada em 12/12/2008 às 16:28:45

MERCADO EXTERNO BUSCA GENÉTICA ANIMAL NO BRASIL.Mercado externo busca genética animal no Brasil.



Até o final de 2008, as exportações do consórcio Brazilian Cattle Genetics, que reúne as maiores empresas de material genético do país, devem chegar a US$ 80 milhões e em mais de 25 destinos.

Geovana Pagel geovana.pagel@anba.com.br São Paulo – O Brasil é o maior exportador mundial de carne bovina desde 2004 e, cada vez mais, vem sendo reconhecido como um país com excelência no desenvolvimento genético das raças zebuínas. Até o final de 2008, as exportações do consórcio Brazilian Cattle Genetics devem chegar a US$ 80 milhões. Em 2007 as empresas do grupo exportaram o equivalente a US$ 60 milhões para mais de 25 países, um aumento de 126% sobre as vedas do ano anterior.

“O Brasil oferece excelência em material genético animal. Acredito nesse segmento e na diferença que podemos fazer para o mundo”, disse Avay Miranda, diretor de projetos da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex).


Guzerá veio da Índia, em região de dias quentes, noites frias e escassez de alimentos
Criado em 2003 pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), em parceria com a Apex, o consórcio já participou de 33 feiras e mais de sete missões comerciais pelo mundo, levando a genética zebuína brasileira e a tecnologia de produção de carne e leite nos trópicos a mais de 15 países. O projeto conta com as principais empresas nacionais dos segmentos de embriões, sêmen, animais para reprodução, sementes para pastagens, nutrição animal, produtos veterinários e equipamentos.

“O projeto tem plenas condições de continuar crescendo. Começou em 2003, com exportações de US$ 14 milhões e tem suplantado as metas ano a ano”, observa Miranda. Segundo ele, outro indicador de que o mercado externo para material genético é promissor é o fato de comitivas estrangeiras virem ao país durante o ano inteiro. "Não só durante grandes mostras de gado. O Brasil recebe grupos de vários países, principalmente colombianos, venezuelanos e mexicanos", destacou.

As ações previstas no projeto buscam consolidar mercados já existentes da América do Sul (especialmente Colômbia, Bolívia, Paraguai, Equador e Venezuela) e da África (Angola, Costa do Marfim, Moçambique e Senegal), e conquistar novos mercados como África do Sul e Austrália e diversos países da América Central, como Costa Rica, Guatemala, Honduras, Nicarágua e Panamá, que estão em processo de estabelecimento de protocolo sanitário. Índia e Malásia serão objeto de um estudo de prospecção de mercado.

A Índia, terra originária do zebu, já manifestou interesse pelo trabalho de melhoramento genético desenvolvido no Brasil para o gado leiteiro. Os países árabes são também considerados destinos promissores. “No mundo árabe há um mercado relevante não só em genética, mas para produtos associados com rações, medicamentos e acessórios para cavalos”, disse Miranda.

Em 2008, o Brazilian Cattle participou de feiras como a Sial, em Paris, em conjunto com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).

Exigências

Para poder exportar, é preciso obedecer ao protocolo sanitário de cada importador. Ele inclui todas as exigências em relação ao material a ser exportado. Respeitados os requisitos, o país tem todas as condições de logística para efetuar a entrega.

O Brasil hoje possui o quarentenário, o transporte até o porto e centrais certificadas pelo Ministério da Agricultura. “As exigências dos países para importar sêmen, embriões, produtos veterinários e sementes para pastagem são menos restritivas do que as relacionadas a animais vivos”, afirmou Miranda.

Os investimentos e melhorias são exigências constantes. “As empresas do setor, apoiadas pela ABCZ, trabalham com melhoramento das raças há cerca de 70 anos e o país oferece hoje uma grande diversidade e qualidade de produtos relacionados à atividade de pecuária bovina”, observou João Gilberto Bento, superintendente de Marketing e Comercial da ABCZ.

Segundo ele, um dos fatores que favorecem a exportação do setor é o zebu ser um animal totalmente adaptado às regiões tropicais, com custo de produção competitivo tanto para leite como para carne, uma vez que é criado no pasto e não em confinamento, como ocorre em vários outros países. A criação no pasto resulta em um animal mais saudável e sem risco de contaminação pela EEB (mal da vaca louca), por exemplo.

Cooperação com o Egito

Brasil e Egito possuem um protocolo de cooperação técnica para transferência de tecnologia desde o ano passado. “O contato foi feito via Universidade de Alexandria. Inclusive o reitor, pesquisadores e produtores já visitaram o Brasil para conhecer de perto nossa produção”, contou Bento.

Alguns meses depois uma comitiva brasileira, formada por representantes da ABCZ e de empresas do Agronegócio, visitaram o Egito para traçar as novas diretrizes do acordo.

“O Egito usa muito gado holandês, mas a tecnologia européia tem custos muito altos, pois exige instalações climáticas adequadas”, afirmou. Durante a visita ao país, as empresas associadas ao consórcio doaram um pacote tecnológico que vai dar oportunidade para a melhoria da produção de carne e leite, a partir da implantação de um novo sistema produtivo baseado na tecnologia de produção brasileira.

ABCZ

A ABCZ representa cerca de 17 mil associados no Brasil e no exterior, dentro das seis categorias que possui. É uma entidade nacional que coordena e centraliza todas as atividades relacionadas ao zebu nas áreas técnica, política e econômica.


Fonte: ABCZ