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O MUNDO COME, AS COOPERATIVAS BOTAM A MESA.

Publicada em 05/02/2009 às 11:47:27

O MUNDO COME, AS COOPERATIVAS BOTAM A MESA.O mundo come, as cooperativas botam a mesa.


Apesar da crise mundial e retração econômica, o setor cooperativista agrícola brasileiro está otimista e prevê aumento nas vendas externas: de US$ 4,01 bilhões em 2008 para US$ 23,36 bilhões em 2030.

Mesmo com os entraves da crise internacional, o PIB (Produto Interno Bruto) e o comércio mundial manterão taxas positivas de aumento, apesar da desaceleração no ritmo de crescimento. Os países emergentes continuarão a elevar a média geral de crescimento do PIB mundial, pois suas economias estão fortemente influenciadas pelos respectivos mercados internos. Diante deste quadro é que o estudo realizado pela Gerência de Mercados (Germerc), da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) mostra que as exportações das cooperativas agrícolas brasileiras apresentarão evoluções significativas nos próximos anos. Devem passar de US$ 4,62 bilhões em 2010 para US$ 8,42 bilhões em 2015. Em 2030, as vendas externas do setor deverão chegar a US$ 23,36 bilhões. No ano passado, as exportações das cooperativas brasileiras somaram US$ 4,01 bilhões, um crescimento de 21,49 % em relação a 2007.

Além de registrar crescimento constante em suas exportações, o estudo mostra também um outro fator altamente positivo na expansão do comércio exterior das cooperativas brasileiras: a elevação também constante de agregação de valor em suas vendas externas. Os dados revelam ainda que, no ano passado, as cooperativas brasileiras tiveram um índice de agregação médio de 0,57 US$ por quilo exportado, maior, portanto, em 37,51% quando comparado ao crescimento do valor agregado das exportações médias brasileiras como um todo.


População de países crescerá e precisará de mais alimentos
Tal informação, segundo o economista Marcos Matos, da Gerência de Mercados da OCB, aumenta a competitividade das cooperativas brasileiras no mercado internacional. Os dados mostram que, nos últimos anos, as cooperativas tem aumentando sua pauta de exportações de produtos do agronegócio, com ênfase naqueles elaborados e semi-elaborados do complexo soja, do setor sucroalcooleiro, carnes, café, cereais e laticínios.

Lição de casa

Para que as projeções de crescimento venham a se consolidar, o cooperativismo agrícola brasileiro, que já é considerado um dos mais avançados do mundo, vai ampliar sua forma de atuação no comércio mundial levando em consideração alguns fatores, como as estratégias de comercialização para ampliar sua participação nos mercados tradicionais e na conquista de novos mercados, principalmente os países emergentes. “Eles podem ser o grande mercado das cooperativas brasileiras nos próximos anos, pois, mesmo com a crise econômica mundial, as previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) mostram, por exemplo, que economias emergentes irão crescer 3,3%, enquanto as chamadas economias avançadas irão crescer apenas 0,5%”, explica Matos, lembrando que grande parte dos países emergentes precisam importar alimentos para garantir as necessidades de consumo da população.

E entre as nações emergentes, os 22 países árabes que já importam regularmente produtos agropecuários das cooperativas brasileiras. No ano passado, por exemplo, apenas a Arábia Saudita importou das cooperativas brasileiras US$ 205 milhões, respondendo por 5,11% das exportações do setor para o mundo. Matos destaca ainda as importações feitas pelos Emirados Árabes Unidos US$ 161 milhões, Egito US$ 130 milhões e Argélia que, no ano passado, comprou das cooperativas brasileiras US$ 30 milhões.

Marcos Matos estima que, no ano passado, os 22 países árabes compraram das cooperativas brasileiras algo em torno de US$ 500 milhões. Diante da evolução das vendas externas às nações daquela região do mundo, o estudo da OCB é taxativo: “o Oriente Médio também apresenta estimativas ascendentes na demanda por alimentos”. Para dar uma idéia do potencial comprador de produtos do agronegócio pelo mundo árabe, o professor de Economia da Universidade Federal do Paraná, Eugenio Stefanello, informa que os árabes importam entre 50% e 80% dos alimentos que consomem.

Prioridade

E, na opinião de Stefanello, esse é um dos mercados que deve ser considerado como uma prioridade para o Brasil e, claro, pelas suas cooperativas agrícolas. O professor tem boas razões para defender uma maior atenção do agronegócio brasileiro, incluindo as cooperativas, com o mercado árabe. Dados de 2006 mostram, por exemplo, que os países daquela região compraram do mundo, em produtos da cadeia produtiva do agronegócio, US$ 46 bilhões.

De acordo com Marcos Matos, da OCB, no ano passado, as cooperativas com vendas de mais de US$ 500 milhões para os árabes, contribuíram com mais de 10% da receita das exportações do agronegócio do país para o mundo árabe.

Os números consolidados da Câmara de Comércio Árabe Brasileira revelam que, em 2008, o agronegócio brasileiro respondeu por 62% do total das vendas externas do país para o mundo árabe, que somaram US$ 9,8 bilhões. “Pelo potencial da região e pelo constante crescimento da demanda por alimentos, as cooperativas agrícolas brasileiras tem condições de triplicar suas exportações para os países árabes”, garante o economista.

Oportunidades

Divulgação
O café continua sendo muito exportado, mas vendas estão mais diversificadas
Ao elencar as oportunidades, a curto, médio e longo prazo, para a ampliação das exportações do cooperativismo brasileiro para o mundo, o estudo elaborado pela Gerência de Mercados da OCB destaca o crescimento populacional e a elevação da demanda por alimentos.

“A população mundial passou de 6,5 milhões de habitantes em 2005 para 8,3 milhões no ano passado, expansão de 27,69%. A Ásia terá 5 bilhões de habitantes em 2030 e a África saltará de 0,9 bilhão de habitantes para 1,5 bilhão em 2030”, avalia o estudo.

Segundo a OCB, como resultado do aumento populacional e da renda, no período entre 1989/1991 e 2050, o sul da Ásia deverá registrar um crescimento de 260% no consumo per capita de carnes, passando de 5 quilos por pessoa para 18 quilos em 2050. Para o Leste da Ásia, o estudo projeto uma expansão no consumo de carnes será de 223%. Dessa forma, a região consumirá 73 quilos de carnes por pessoa, anualmente, frente à demanda per capita de 22,60 quilos em 1989/91.

Analisando o potencial de mercado da África Sub-Saariana no mesmo período, a OCB prevê que o aumento na demanda será de 83,67% e, para a América Central e Caribe, a elevação na demanda per capita será de 110,28%, atingindo o patamar de 90 quilos de carnes, anualmente, demandados por pessoa em 2050.
O estudo deixa claro que a crescente necessidade pelo alimento no mundo promoverá oportunidade para o Brasil, com ênfase ao Sistema Cooperativista Brasileiro. “Para tanto, se justificam esforços visando a promoção e a expansão da oferta de produtos do agronegócio nacional, o que inclui o apoio aos produtores rurais e cooperativas, investimentos em infra-estrutura (modais de transporte, portos e sistemas de armazenamento), redução da carga tributária e seguro nas modalidades rural e renda”, afirma Matos.

De acordo com a OCB, além desses fatores, o Brasil deve priorizar os acordos comerciais, buscando pela queda de barreiras aos produtos brasileiros, de modo a ampliar mercados para uma parcela considerável dos países emergentes.


Fonte: ANBA