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OBAMA PEDE FIM DOS SUBSÍDIOS AGRÍCOLAS.

Publicada em 26/02/2009 às 10:40:35

OBAMA PEDE FIM DOS SUBSÍDIOS AGRÍCOLAS.Obama pede fim dos subsídios agrícolas.



O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu na terça-feira o fim dos "pagamentos diretos a grandes negócios agrícolas que não precisam deles", em um aparente ataque aos subsídios que custam US$ 5,2 bilhões por ano. Em um discurso ao Congresso, Obama afirmou que a Casa Branca identificou US$ 2 trilhões de dólares em gastos considerados como desperdício e ineficazes, incluindo pagamentos diretos desnecessários a grandes fazendas. "Neste orçamento, vamos acabar com os pagamentos diretos a grandes negócios agrícolas que não precisam deles", disse Obama, sem afirmar quanto seria economizado com a medida ou como ela seria estruturada.


A proposta dá eco a uma questão importante de sua campanha presidencial, mas propostas similares falharam em outras vezes devido à oposição de legisladores ligados às questões agrícolas. O presidente George W. Bush, por exemplo, defendia sem sucesso um teto anual de 250 mil dólares a todos os pagamentos por produtor.


Subsídios diretos


Os representantes do grupo agrícola disseram que Obama aparentemente se referia a um subsídio conhecido como pagamentos diretos que foi criado em 2002 e é dado independente dos preços das safras ou dos lucros agrícolas. Mas eles destacaram que pagamentos diretos são um termo que significa todos os tipos de apoio federal feitos em dinheiro. Os subsídios dos EUA para as safras e produtos lácteos são estimados em US$ 7,5 bilhões em 2009, sendo que dois terços são pagamentos diretos.


Onze grupos agrícolas escreveram na semana passada para o Secretário da Agricultura, Tom Vilsack, argumentando contra qualquer corte ao apoio agrícola e em particular aos pagamentos diretos. Eles dizem que os pagamentos diretos "são o único componente da rede de segurança agrícola que atualmente ajuda todos os produtores" a lidar com os altos custos de produção e com a queda dos preços desde as altas recordes atingidas no ano passado.


Possibilidades


O pagamento direto é uma entre as duas modalidades de subsídios dados aos agricultores americanos, conforme explica André Nassar, diretor-geral do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações (Icone). "Esse pagamento é desconectado do mercado, ou seja, o produtor recebe independentemente de os preços estarem baixos. Se no Brasil os produtores também recebessem esse tipo de subsídio, o nível de endividamento da agricultura brasileira não existiria", explica Nassar.


Apesar de considerar a intenção de Obama bem-vinda, Nassar não acredita que ela será, de fato, implementada. Isso porque, segundo o especialista do Icone, a economia seria pequena, se comparada ao "tamanho da briga". Ele detalha que esses subsídios diretos representam em torno de US$ 5,2 bilhões por ano e, reduzindo o valor máximo (teto) por fazenda, a economia não seria de 100%. "Assim, mesmo que se reduza drasticamente em 40%, a economia seria de US$ 2 bilhões, considerada pequena, perto do desperdício de US$ 2 trilhões já identificados em todos o governo. Assim, a avaliação é de que a briga é muito grande contra os lobistas no congresso diante de uma economia relativamente pequena diante de todos os outros gastos", detalha Nassar.


Antes de entrar em vigor, a proposta teria que passar por aprovação do Congresso americano, o que deve ser uma negociação difícil, segundo Nassar.


Fonte: GAZETA MERCANTIL.