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AGROPECUÁRIA SUSTENTOU ECONOMIA NO MOMENTO MAIS AGUDO DA CRISE.

Publicada em 11/03/2009 às 11:10:05

AGROPECUÁRIA SUSTENTOU ECONOMIA NO MOMENTO MAIS AGUDO DA CRISE.Agropecuária sustentou economia no momento mais agudo da crise.



Enquanto no último trimestre do ano passado o conjunto da economia nacional caia 3,6%, a atividade agropecuária recuava apenas meio ponto percentual na comparação com o trimestre anterior. Ainda assim o setor acumulou crescimento de 5,8% em 2008 frente a uma expansão de 5,1% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, aponta levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa alta do PIB da Agropecuária foi colhida no campo, entre as quais, nas lavouras de trigo, cuja produção agrícola cresceu 47,5%.

A agropecuária brasileira já realizou o ajuste necessário para se adaptar ao novo cenário mundial gerado pela crise financeira e não será prejudicada com o anúncio de queda do PIB no quarto trimestre, feito ontem pelo IBGE. A análise é do ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. Ele destacou os resultados da balança do agronegócio em fevereiro, que obteve saldo positivo de US$ 2,9 bilhões.


Stephanes disse que a agropecuária tem capacidade de reagir com rapidez a condições de preço e mercado e destacou que essas condições estão sendo restabelecidas, a despeito do mau resultado do PIB brasileiro no final de 2008.


Segundo o ministro, há um novo patamar de consumo global, mas "o mundo não vai parar de comer", alertando que alimentos não são produtos supérfluos, cuja compra pode ser deixada para depois. "Muitos mercados continuam crescendo, como a China e a Índia", disse, ao defender medidas que mantenham a agropecuária brasileira forte, em condições de atender o mercado pós-crise.


Segundo Stephanes, o primeiro forte impacto foi estabelecido pelo ajuste de estoques internacionais, o que interrompeu as compras. "Os estoques foram transformados em caixa", destacou. A partir de agora, o cenário previsto por Stephanes é de retomada das compras internacionais, mas sem motivos para julgar que os preços das commodities agrícolas retomarão o pico alcançado em meados do ano passado ou que as vendas irão explodir.


Para Stephanes, os ajustes dos preços agrícolas já foram feitos e em 2009 há espaço para a produção brasileira, inclusive em virtude da quebra de safra da Argentina e Uruguai, provocada pela forte estiagem. "A agropecuária é um setor em que vale a pena investir", disse, argumentando que defende medidas como o realinhamento dos preços mínimos do trigo, milho e leite.


Novos valores de preços mínimos da agropecuária devem ser definidos na próxima reunião do Conselho Monetário Nacional este mês. "É necessário melhorar os preços de alguns produtos, mesmo que venha a elevar o gasto do governo", defendeu Stephanes. "Muitos mercados continuam crescendo, como a China e a Índia", disse, ao defender medidas que mantenham a agropecuária forte. Stephanes admitiu que alguns setores específicos enfrentam maiores dificuldades: carne bovina, leite, algodão e café. "São problemas estruturais, como é o caso do café", disse.


A renda


O professor Geraldo Santana Camargo Barros, coordenador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), argumenta que, "dentro da porteira", o agronegócio cresceu 11,6% em 2008, "se levar em consideração a renda real do produtor", explica. De acordo com Barros, o levantamento do Cepea leva em consideração o crescimento real dos preços, "que ficou em torno de 7%".


Pelos cálculos do Cepea, toda a cadeia produtiva cresceu 5,6% no ano passado, atingindo R$ 755 milhões de reais - participação de 26,13% no PIB nacional. No último trimestre houve queda de 1,82% no setor, dentro da porteira a retração foi de 1,8%. "Em 2008 a safra ainda foi negociada a um preço razoável na comparação com os valores que já começam a ser praticados em 2009", pondera Barros.


Para o professor, será difícil o governo evitar a depreciação do PIB do agronegócio que deve se estenter por todo o primeiro semestre do ano. Segundo Barros, o algodão valia 15% mais em relação ao momento da colheita. No caso do milho safrinha a depreciação foi ainda maior, e o produtor deve colher um prejuízo superior a 30%.


Fonte: Ayr Aliski e Gilmara Botelho.