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VAMOS SAIR DA CRISE.

Publicada em 12/03/2009 às 09:50:43

VAMOS SAIR DA CRISE.Vamos sair da crise





Os mais vividos irão associar o título acima com o homônimo de um programa apresentado na década de 1980 na TV pelo brilhante jornalista Alexandre Machado, o mesmo que apresentava, até há pouco, o Opinião Nacional, lamentavelmente cancelado pela TV Cultura. Ambos os programas tratavam com competência a discussão dos problemas brasileiros e as alternativas. Uma prestação de serviços que estimulava a cidadania.

Quase trinta anos já se passaram do programa original e estamos às voltas com o dilema de sair da crise. A diferença é que não há dúvida que a economia brasileira detém hoje condições muito melhores do que em fases anteriores. Isso não só no que se refere ao aspecto fiscal, mas também quanto à saúde do setor financeiro e das contas externas, além da inflação e de muitos outros quesitos.

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou esta semana os resultados do Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre e do ano de 2008. No ano o PIB cresceu 5,1%. O problema foi o resultado do quarto trimestre, -3,6% efeito direto da crise internacional.

O resultado do primeiro trimestre de 2009 somente será conhecido no mês de junho. Há, no entanto, alguns importantes indicadores preliminares favoráveis. Nos meses de janeiro e fevereiro 2009 alguns fatores apontam para alguma recuperação da atividade. O PIB do 1º tri de 2009 deverá ser equivalente ao do 4º tri de 2008, ainda bem aquém do 1º tri 2008.

A trajetória da atividade econômica no decorrer de 2009 será determinada pela recuperação da economia internacional, mas também e, principalmente, da eficácia das políticas domésticas para estimular a demanda interna.

O PIB registrou queda de 3,6% no último trimestre de 2008, em comparação com o período imediatamente anterior. Trata-se do maior recuo desde o início da série, iniciada em 1996.

A maior influência para a queda registrada no quarto trimestre veio da indústria, com uma redução de 7,4%, o maior recuo desde o quarto trimestre de 1996. O maior fator de influencia negativa adveio do segmento dos bens duráveis (automóveis e eletrodomésticos), que caiu 23% Na agropecuária, a queda foi de 0,5%, enquanto o setor de serviços recuou 0,4%.

Na comparação trimestral, os investimentos das empresas e o consumo das famílias também registraram queda. A FBCF registrou queda de 9,8%. O consumo das famílias, por sua vez, recuou 2,0%, sendo que está é a primeira queda desde o segundo trimestre de 2003.

No setor externo, as exportações e importações de bens recuaram 2,9% e 8,2%, respectivamente, agravadas pela queda dos fluxos de comércio internacional e o recuo dos preços das commodities no mercado mundial. Apesar destes resultados, na comparação com o quarto trimestre de 2007, houve crescimento do PIB de 1,3% quarto trimestre de 2008.

No acumulado de 2008, o PIB cresceu 5,1%, em comparação a 2007, atingindo R$ 2,9 trilhões, sendo R$ 2,4 trilhões referentes ao valor adicionado a preços básicos e R$ 0,5 trilhão aos impostos sobre produtos.

Em 2008, a população residente do país atingiu aproximadamente, 190 milhões de habitantes. O PIB per capita atingiu R$ 15.295,00. Em 2008, o crescimento em volume do PIB per capita atingiu 4,0% (Gráfico 1).


A análise intersetorial aponta que a agropecuária foi a atividade com maior crescimento no ano passado, de 5,8%. Os destaques positivos na produção agrícola do ano de 2008 foram: trigo (+47,5%), café em grão (+25,0%), cana de açúcar (+19,2%), milho em grão (+13,3%), arroz (+9,7%) e feijão (+3,4%).

A indústria encerrou o ano de 2008 com alta de 4,3%, com destaque para construção civil (+8,0%). Outros destaques positivos foram: eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (+4,5%). A Extrativa Mineral subiu 4,3%, em decorrência, principalmente, do crescimento anual de 5,2% na produção de petróleo e gás e de 1,9% na produção de minério de ferro. A indústria de transformação registrou elevação de 3,2%.

Por sua vez, o setor de serviços registrou crescimento de 4,8%, sendo que as maiores altas foram: intermediação financeira e seguros (+9,1%), serviços de informação (+8,9%) e comércio (+6,1%).

Embora o resultado agregado do ano de 2008 tenha sido positivo, a queda observada na economia brasileira no quarto trimestre do ano é expressiva. A recuperação em 2009 dependerá não apenas dos desdobramentos do quadro internacional, mas também e principalmente da reação do governo e da sociedade para reverter o quadro recessivo.

Para viabilizar um crescimento de pelo menos 1% em 2009, o governo brasileiro terá de demonstrar mais agilidade, não apenas nas alterações da política macroeconômica, mas também na capacidade de execução.

O Brasil tem hoje condições macroeconômicas favoráveis, mas esses fatores por si só não garantem o desempenho do ano. É preciso adotar uma série de medidas anticíclicas para estimular a economia, como a redução das taxas de juros, a melhora das condições de crédito e financiamento, a desoneração da produção, consumo e investimentos, além da ampliação e a promoção de investimentos em infraestrutura, construção civil, entre outros.


Fonte: terra on line.