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PACOTE CHINÊS REVERTERÁ BALANÇA PARA O BRASIL.

Publicada em 13/03/2009 às 10:41:23

PACOTE CHINÊS REVERTERÁ BALANÇA PARA O BRASIL.Pacote chinês reverterá balança para o Brasil.




O Brasil fechou o mês de fevereiro com um aumento de 24,85% nas exportações para a China e queda de 22,98% nas importações em relação ao mês anterior. Estes dados possibilitaram a forte redução do déficit da balança comercial entre os países, que passou de US$ 610 milhões em janeiro para US$ 117 milhões no mês passado, de acordo com dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. No entanto, analistas ouvidos pela reportagem do DCI disseram que o pacote de estímulo chinês, que visa reestruturar o País, possibilitará a inversão deste saldo, com a exportação em massa de minério de ferro para a construção de rodovias, ferrovias e portos na China.

Um dos principais motivos apontados pelo secretário executivo do conselho empresarial Brasil-China, Rodrigo Maciel, para a queda nas exportações chinesas, foi o fechamento das empresas (entre 120 mil e 165 mil) que eram voltadas especificamente para exportação, com a demissão de 20 milhões de trabalhadores. "O pacote chinês prevê um investimento na infraestrutura entre US$ 120 bilhões e US$ 150 bilhões, o que representa 45% do total anunciado pelo governo chinês para as grandes obras, ferrovias, rodovias e portos. Com isso, o Brasil deve aumentar a exportação de minério de ferro para a China".

Entre as principais exportações do Brasil para a China estão os produtos básicos, com 77,5%. Dentre estes o petróleo, minério de ferro e soja que, juntos, representam 70%. Por outro lado, as principais compras brasileiras do mercado chinês foram bens de capital (35,01%), equipamentos tecnológicos (31,8%) e materiais eletrônicos (26,8%).

Segundo Maciel, em 2008 o valor total de minério de ferro exportado foi de US$ 4,886 bilhões, o que representou aproximadamente 30% das exportações para a China, somados aos US$ 5,324 bilhões de soja e US$ 1,702 de petróleo exportados para o País.

De acordo com Paul Liu, presidente da Câmara Brasil-China de Desenvolvimento Econômico (CBCDE), o valor da balança comercial entre os países só não foi maior no primeiro mês de 2009 em razão das perturbações na produção e no comércio chineses por severas intempéries financeiras e pelo ano-novo chinês.

Comparado com o mesmo mês do ano passado, as importações apresentaram queda de 21,66%. As exportações brasileiras para o mercado chinês cresceram 21,09% em comparação com o mesmo período de 2008.

No entanto, Kevin Tang, diretor da Câmara de Comércio e Indústria Brasil - China (CCIDC) destaca que a desaceleração tem causado um reflexo muito maior no preço das commodities brasileiras e da própria demanda chinesa. "A China está aproveitando a oferta grande de commodities com preço baixo, como a soja, para fazer estoque. Se comparado o valor exportado de soja entre os meses de fevereiro de 2008 com este mês, veremos um crescimento de 337,01%". Isto aconteceu pela queda na exportação de soja da Argentina para a China, em razão das secas no país.

Este crescimento, segundo Maciel deve se acelerar, uma vez que a venda potencial da safra só tem início nos meses de maio e julho, como mostra a balança comercial de 2008 que registrou superávit de US$ 699 milhões e US$ 585 milhões, respectivamente. Com relação ao petróleo, segundo os especialistas, conforme a queda no preço do barril, houve uma maior procura da China, no entanto em valor exportado houve uma queda de 30,8% em comparação com o mesmo período de 2008, já em quantidade os dados mostram um aumento de 97%, entre fevereiro do último ano e deste ano.

Tang explica que como a Petrobras anunciou que a previsão é manter o barril do petróleo com o valor de US$ 45, ele acha que a exportação permanecerá crescente, mas como os produtos importados, como maquinário eletrônico, são mais caros a tendência é de estabilidade na balança, após a inversão do quadro negativo.

Apesar do déficit, Maciel ressalta que o objetivo do Brasil não deve ser exportar mais e importar menos. "O País precisa importar para permanecer competitivo, uma vez que importamos tecnologia e maquinário eletrônico em grande quantidade."

Segundo Maciel, a solução é diversificar os produtos exportados para a China, abrir novos mercados, como por exemplo a quantidade de carnes enviadas para os chineses, "exportamos somente US$ 9,9 milhões em 2008 enquanto os Estados Unidos exportaram US$ 700 milhões".


Fonte: DCI