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SAFRA DE VERÃO DO BRASIL: FINAL DO FENÔMENO LA NIÑA FAVORECE A IMPLANTAÇÃO DA LAVOURA DE VERÃO DO BRASIL

Publicada em 13/08/2008 às 22:37:04

SAFRA DE VERÃO DO BRASIL: FINAL DO FENÔMENO LA NIÑA FAVORECE A IMPLANTAÇÃO DA LAVOURA DE VERÃO DO BRASILSAFRA DE VERÃO DO BRASIL: FINAL DO FENÔMENO LA NIÑA FAVORECE A IMPLANTAÇÃO DA LAVOURA DE VERÃO DO BRASIL



O fenômeno La Niña, que influenciou o clima durante todo o ciclo da lavoura passada, já se enfraqueceu totalmente. No momento, o Oceano Pacífico Equatorial está sob uma condição de neutralidade. Inclusive, já se observa águas ligeiramente aquecidas no lugar de áreas frias no Oceano Pacífico equatorial leste, próximo à costa do Equador e do Perú. No entanto, este aquecimento ainda não tem intensidade suficiente para caracterizar um El Niño.

Os modelos de previsão climática, que simulam o comportamento futuro do Oceano Pacífico, projetam uma condição de neutralidade, ou seja, sem El Niño ou La Niña, pelo menos até o início de 2009. A lavoura de VERÃO 2008/09 deve ocorrer sem a influência desses fenômenos climáticos. Com esse cenário, prevalecem as condições médias de cada região e respectivo período e reduz o risco de ocorrer uma catástrofe climática.



1.1 - PLANTIO: Seguramente a principal conseqüência do final da La Niña se dará já no período do plantio. Isso porque, diferente do ano passado, neste ano o retorno das chuvas no Sudeste e no Centro-0este não deve atrasar tanto. Para essas regiões a expectativa é que as chuvas retornem a partir do final de setembro, se confirmando gradualmente no decorrer de outubro. Portanto, o clima este ano não deve contribuir decisivamente para atrasar o plantio.

No caso do Paraná, que o ano passado também atrasou o plantio para outubro em função da falta de chuva, neste ano não deve passar por esse problema, até por que já vem recebendo altos volumes de chuvas agora em agosto.

O sul da Região Nordeste (Bahia, Maranhão e Piauí) e o estado de Tocantins também serão beneficiados pela antecipação do retorno das chuvas. Só que para essas regiões o retorno e a regularização das chuvas deve ocorrer um pouco mais tarde, na segunda quinzena de outubro e no decorrer de novembro. Lembrando que nesses estados, no ano passado a lavoura só foi implantada no final de dezembro.



1.2 - RISCOS DO VERÃO: Como verão deve transcorrer sem efeito de fenômenos climáticos (El Niño/La Niña) isso significa que deve prevalecer a condição média da estação diminuindo assim o risco de acontecer fenômenos meteorológicos (secas e enchentes) de grandes proporções territoriais e duração, a ponto de causar uma quebra de safra.

Portanto, o verão sobre condições de neutralidade climática em geral pode ser considerado como um cenário favorável para a lavoura de verão do Brasil, sobretudo para o período do plantio, por conta da antecipação das chuvas.

No entanto, não dá para garantir uma condição ideal e permanecem os riscos de cada região, a saber:



1.2.1 - RISCOS PARA O SUL DO BRASIL: O risco para a próxima lavoura (soja e milho) do Sul do Brasil, especialmente no Rio Grande do Sul, está associado ao risco de estiagens regionalizadas, que requer apenas do produtor maior atenção em relação às tecnologias, variedades e manejos da lavoura, de forma a reduzir o risco.

Diferente do ano passado, a redução de chuvas neste ano já pode ser observada a partir de novembro e com risco de estiagem em dezembro. Isso acontece em função de que nesse período o regime de chuvas do Centro-Oeste e do Sudeste do Brasil já deve estar instalado, o que sempre implica em uma redução de chuvas no Sul. Todos lembram que no ano passado (2007) o retorno das chuvas atrasou no Centro-Oeste, o que beneficiou o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, que tiveram chuvas regulares até meados de dezembro, o que beneficiou diretamente a lavoura de milho.

Importante ressaltar, que mesmo se tratando de um ano de neutralidade climática, ou seja, sem El Niño e nem La Niña, os riscos para a próxima lavoura (2008/09) do Sul do Brasil, especialmente para a lavoura de milho do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina pode ser maior que no ano passado.



1.2.2 - RISCOS PARA O CENTRO-OESTE e SUDESTE: O risco da lavoura de soja do Centro-Oeste e do Sudeste do Brasil está associado com alguns períodos chuvosos, que aumenta o risco de doenças (ferrugem asiática) e também problemas na fase da colheita. No entanto, são problemas que devem afetar mais o produtor isoladamente, principalmente em relação ao custo da lavoura, mas que não devem representar risco de limitação de produção.



1.2.3 - RISCOS PARA AS LAVOURAS DE SOJA E ALGODÃO DO NOREDESTE: O risco para a próxima safra (soja, milho e algodão) do Nordeste do Brasil se refere ao problema de distribuição, com risco de período de menos chuvas, principalmente em janeiro. No entanto, considerando o ciclo como um todo é bem provável que o volume de chuvas supere a casa dos 1000 milímetros.



2 – SISTEMA DE GERAÇÃO DE ENERGIA HIDRELÉTRICA


SUMÁRIO: O enfraquecimento do fenômeno La Niña divulgado no Boletim anterior beneficia diretamente o Sistema de Geração de Energia Hidrelétrica do Brasil, da seguinte forma:



2.1 - Retorno das Chuvas: O principal impacto está associado à antecipação para outubro do retorno das chuvas sobre as Bacias Hidrográficas do Sudeste (Rio Grande) e do Centro-Oeste (Rio Paranaíba). No ano passado devido à presença da La Niña as chuvas atrasaram e no Sudeste e Centro-Oeste as chuvas só foram ocorrer de forma substancial em dezembro e janeiro.



2.2 - Níveis dos Reservatórios: De um modo geral todos os reservatórios apresentam níveis bastante confortáveis (>60%) para o período. Não havendo o atraso das chuvas, a previsão é que os níveis dos reservatórios este ano não atinjam níveis críticos (inferiores a 20%). Todos lembram que no ano passado os reservatórios das Usinas dos Sub-Sistemas do Sudeste, do Centro-Oeste e do Nordeste atingiram níveis críticos devido ao atraso das chuvas. A recuperação efetiva só foi ocorrer a partir de janeiro, com a confirmação das chuvas de verão.



2.3 - Preços: O atraso das chuvas no ano passado repercutiu fortemente nos preços do Mercado de Energia do Brasil, que no início de 2007 apresentava preço médio do MWh de R$ 17,59, e em janeiro de 2008 chegou a R$ 502,45 (fonte:CCEE).

Não cabe aqui fazer uma projeção de preço, pois depende da análise de outros fatores. No entanto, no que depender do clima, deve se esperar um comportamento de acordo com o ciclo natural que segue uma certa sazonalidade em relação a oferta e demanda, apresentando períodos de pico de preço entre agosto e setembro/outubro. A partir de outubro com a confirmação das chuvas deve reduzir gradualmente, atingindo pico de preço mínimo entre janeiro e fevereiro.



2.4 - Energia Natural Afluente – ENA: Tendo em vista que a previsão para o verão 2009 é de chuvas em torno das médias climatológicas, isso representa uma condição favorável para haver uma recuperação total da capacidade de geração de energia, importante para garantir a geração de energia ao longo do período seco de 2009.



2.5 - Apagão: Diante das análises acima, para 2008 é reduzido o risco de escassez de energia por conta exclusivamente do fator climático.

Portanto o cenário para 2008 é diferente (melhor) do que o observado em 2007, quando voltou a se falar/especular sobre o risco real de ter um “apagão” do Sistema de Geração de Energia, a exemplo do que tinha ocorrido em 2000 e 2001, quando também tivemos um longo e intenso fenômeno La Niña. Portanto, fica evidente que os anos de La Niña representam maior risco para o Setor de Energia do Brasil.



3 - OUTROS SETORES: A condição climática projetada para este segundo semestre e para o verão 2009 também devem beneficiar outras culturas agrícolas e setores de produção, com destaque para: leite, carnes, pastagens, laranja, café, cana-de-açúcar, entre outros.


Fonte: Somar Meteorologia