SOJA INOX.

Publicada em 13/04/2009 às 09:59:21

Soja Inox - Trabalho inédito volta os olhos do mundo a Mato Grosso 13/04/2009 - 7h55 Revolução ‘made in MT’ revela poder de superar os problemas

Resultado de sete anos de trabalho de pesquisa do Programa de Melhoramento Genético de Soja da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso, Fundação MT, e da Tropical Melhoramento Genético, TMG, a Soja inox chegou ao mercado para revolucionar o conceito em tecnologia no momento em que os agricultores se deparam com o seu maior terror: a ferrugem asiática da soja sobre as lavouras estaduais. A primeira geração da inox já estará disponível comercialmente aos sojicultores para a próxima temporada, o ciclo 09/10.

Não foi por acaso esta descoberta. A Fundação MT já vinha há algum tempo desenvolvendo variedades resistentes para a cultura da soja e agora dá um exemplo ao mundo ao criar a tecnologia inox.

Os trabalhos para o desenvolvimento das cultivares inox foram iniciados no ano de 2001, tão logo a doença apareceu no Brasil. “A princípio imaginou-se que a obtenção das primeiras cultivares resistentes seria mais fácil, pois foi encontrada resistência em algumas variedades comercias de soja com germoplasma tipicamente brasileiro. No entanto, um ano depois, esta resistência foi quebrada por populações do fungo originárias da região Centro-Oeste e que hoje parecem estar disseminadas por todo país”, aponta o pesquisador da Fundação MT, Sérgio Suzuki.

“Queremos que no máximo em dois ou três anos todos os produtores tenham acesso a esta tecnologia da soja inox. Estas novas variedades trazem tranqüilidade ao setor e ao Estado, que pode ter a certeza que a arrecadação derivada da produção está garantida”, comentou o governador Blairo Maggi.

A ferrugem asiática é uma doença causada por um fungo com forte adaptação ao cerrado brasileiro, podendo destruir a lavoura e derrubar a produtividade. Atualmente Mato Grosso gasta em torno de R$ 1 milhão na compra de pesticidas para o combate da ferrugem asiática.

MARCO - O lançamento da soja inox é uma das grandes realizações da Fundação MT nestes 15 anos de sua existência. Além desta, a entidade já desenvolveu outras tecnologias que contribuíram para o crescimento da sojicultura mato-grossense, atualmente o maior produtor nacional do grão.

“Como exemplo podemos citar seu pioneirismo na criação de variedades resistentes ao cancro da haste, ao nematóide de cisto da soja e o desenvolvimento de várias tecnologias nas áreas de nutrição e adubação, entomologia, fitopatologia, controle de pragas e doenças, sempre fazendo com que as informações cheguem em tempo real ao produtor e aos técnicos através de seus eventos de difusão de tecnologias”, lembra o pesquisador da Fundação MT, Sérgio Suzuki.

GERAÇÃO - Em relação à tecnologia inox, segundo ele, o trabalho não para, “pois sabemos que existe uma grande probabilidade de ocorrer a quebra da resistência dos genes que estão presentes nesta primeira geração da soja inox, para isso a pesquisa já está preparando a segunda geração de cultivares inox que implica na combinação de genes diferentes na mesma planta”.

Na avaliação de Suzuki, isso significa que haverá mais genes com características diferentes e complementares atuando no mecanismo de resistência à ferrugem. “Por fim, estaremos associando esta tecnologia de combinação de genes ao mecanismo de tolerância para fazer a terceira geração de cultivares inox”.

Suzuki informou que está em fase final de avaliação as variedades com resistência a todas as raças do nematóide de cisto da soja. ”Precisamos também da soja inox RR e da soja inox com resistência aos nematóides, tolerantes à seca. Os desafios são grandes, mas a determinação em chegar lá é maior ainda”.
Autor: Marcondes Maciel


Fonte: Diário de Cuiabá - MT.