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PRODUTOR DE SOJA VIVE INSEGURANÇA.

Publicada em 25/05/2009 às 10:29:33

PRODUTOR DE SOJA VIVE INSEGURANÇA.Produtor de soja vive insegurança.




Volatilidade de preços, deficiência na gestão e altos desembolsos para produção motivam esta inconstância junto ao mercado externo

O produtor de soja vive uma constante incerteza quanto ao mercado internacional. Volatilidade de preços, deficiência na gestão da atividade e altos desembolsos para produção (preço de custo x preço de venda) são os principais fatores que motivam esta inconstância e vulnerabilidade junto ao mercado externo, situação considerada inerente à atividade agropecuária.

A análise é do responsável pela área econômica da Embrapa Soja, Joelsio Lazzarotto, doutor em Economia Aplicada, em entrevista exclusiva a A Gazeta durante o 5º Congresso Brasileiro de Soja, realizado em Goiânia (GO).

Sobre o sentimento do sojicultor atualmente ele resume: "O produtor planta e fica na torcida", diz ao explicar que não é somente o preço no mercado internacional que preocupa e determina o sucesso ou fracasso na safra.

Ele considera que outros itens como gerenciamento da produção (que inclui etapas que vai do planejamento da safra à colheita), formas de comercialização e até mesmo o comportamento climático interferem no resultado de um ano agrícola, independentemente da vontade e dos cuidados do sojicultor.

"Toda safra é a mesma coisa. Os produtores estão sempre em dúvida quanto ao que vai acontecer e o preço é um dos fatores que mais gera dúvida. Porém, não é somente para isso que o produtor deve se atentar, já que se ele tiver um bom planejamento poderá sentir menos impacto quando algo de ruim acontece". Prova de que o mercado é volátil e fora do controle dos produtores é a oscilação de preços.

Para se ter uma ideia, na safra 2008/2009 o preço do bushel de soja comercializado na bolsa de Chicago variou inúmeras vezes. Chegou a US$ 14, baixou para US$ 8 e agora está em uma média de US$ 11,5.

"Esta oscilação comprova os riscos e instabilidade do mercado externo", diz ao argumentar que uma explicação mais plausível para este fenômeno é o calendário agrícola brasileiro e americano. Enquanto se colhe nos Estados Unidos, se planta no Brasil e vice-versa.

Para ter mais chances de sucesso, Lazzarotto avalia que o produtor tem que conhecer o mercado, saber seus custos de produção para estabelecer o preço que deseja receber, e ficar de olho no mercado.

O presidente da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja), Glauber Silveira da Silva, afirma que além de saber as técnicas da produção, o sojicultor vem tentando se transformar em um empresário, intensificando o corporativismo na tentativa de atingir os objetivos traçados: recuperação de crédito e de rentabilidade com a atividade.

Na opinião do especialista, para que este cenário mude, o produtor tem de deixar o espírito de produtor e se transformar em um administrador, já que as incertezas não dão sinais de que vão abandoná-lo tão cedo. Lazzarotto orienta que a primeira medida a ser adotada pelo sojicultor é com relação ao planejamento da safra.

Ele explica que este plano deve incluir a compra dos insumos, a venda dos produtos, a realização de investimentos (aquisição de máquinas), capacidade de pagamento.

"O sojicultor tem que formar grupos de produtores, se organizar, pois assim ganha poder de negociação, a exemplo de descontos na compra de um grande volume de fertilizantes".

Lazzarotto afirma que uma das ações que podem ser adotadas para o produtor, no quesito comercialização, é diversificar a venda. Para ele, uma parte pode ser troca (insumo por soja), outra de venda futura e também a pós colheita.

"O produtor tem que se garantir e não arriscar. E a melhor forma para isso é ter várias opções de venda e não fazer de uma única maneira, pois pode deixar de ganhar".


Fonte: A GAZETA MT./ APROSOJA.