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A PLANTA QUE RESISTE Á ESTIAGEM.

Publicada em 25/05/2009 às 10:39:58

A planta que resiste à Estiagem.


Conhecido como planta camelo e originário da África, o sorgo sacarino é cultivado no RS e deve ser difundido como opção de alimento ao gado e para a produção de álcool


Durante a forte estiagem dos últimos meses, que consumiu com pastagens e causou sérios prejuízos à soja e ao milho, uma lavoura às margens da BR-287, perto de São Vicente do Sul, na Região Central, atraía a curiosidade dos motoristas. Todos se perguntavam: que planta era aquela que seguia verde e vigorosa mesmo com a falta de chuva?

No início, imaginavam que era cana-de-açúcar, mas quando a lavoura passou dos três metros (da altura de um caminhão), as dúvidas aumentaram. Na verdade, era uma variedade de sorgo sacarino, também conhecida no Exterior como planta camelo, pois se desenvolve bem mesmo tendo apenas um terço da água consumida pela cana-de-açúcar.

– Se tivéssemos plantado milho aqui, nem colheríamos, como ocorreu com muitos produtores. E soja, nem completaria o grão, ficaria do tamanho de uma lentilha. Já o sorgo sacarino está verde e com mais de três metros – compara Gerhard Fernando Sudbrack, que está produzindo sementes do sorgo.

A lavoura faz parte dos 200 hectares que estão sendo cultivados em São Vicente do Sul para a produção de sementes. O projeto, desenvolvido com o apoio da Embrapa de Pelotas e de Sete Lagoas (MG), pretende difundir a cultura no Brasil, principalmente como opção de fonte de alimento para animais na seca. Também é uma alternativa para produzir álcool combustível e cachaça de janeiro a abril, na entressafra da cana-de-açúcar.

No último dia 15, um dia de campo na propriedade mostrou a cultura para 60 técnicos da Embrapa e da Emater, produtores e secretários de Agricultura de cidades atingidas pela seca. A intenção era mostrar as vantagens do sorgo sacarino e divulgar que, a partir de julho, deve começar a venda das sementes para os interessados.

– A ideia é que essa cultura entre nas regiões em que a cana não tem adaptação, em regiões em que a cana não entrou no zoneamento agrícola de riscos climáticos do Ministério da Agricultura. E naquelas em que a cana tem adaptação, seria uma cultura complementar na entressafra para não deixar as destilarias ociosas – explica Beatriz Marti Emygdio, pesquisadora da Embrapa de Pelotas.

Eduardo Cauduro Mallmann, diretor de uma fábrica de usinas de etanol de São Vicente do Sul, descobriu pela internet as vantagens do sorgo sacarino. Estava atrás de uma opção para evitar que as usinas ficassem ociosas de janeiro a abril. E diz que o sorgo sacarino se encaixou, pois pode ser colhido nessa época.

– Além de ter a vantagem de ser um produto resistente à seca, ele pode resolver o problema de muitos produtores em anos de estiagem. Se os agricultores já tivessem o sorgo, com certeza teriam alimento para dar para o gado leiteiro e de corte agora, em que praticamente não há pastagens e que a cana-de-açúcar está atrasada devido à seca. Há destilarias de álcool no Norte que ainda estão paradas por falta de cana – diz Mallmann.


Fonte: ZERO HORA.