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RESTAM 40 ANOS PARA A MATA.

Publicada em 27/05/2009 às 08:48:51

RESTAM 40 ANOS PARA A MATA.Restam 40 anos para a mata.


Atlas revela que desmatamento no litoral permanece alto


Quatro décadas é o tempo que resta de vida para a Mata Atlântica - a floresta que, em 1500, recobria todo o litoral brasileiro e da qual, hoje, restam 7,9% - se o atual ritmo de destruição for mantido. O Atlas dos Remanescentes Florestais divulgado ontem pela Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revela que, a despeito de campanhas e alertas, o desmatamento persiste inabalável, no ritmo de 34 mil hectares ao ano desde 2000. Nessa velocidade, a floresta tem data para acabar: 2050.


- Esse valor é bastante elevado, sobretudo se levarmos em conta que a cobertura em alguns estados é muito baixa - afirmou Flávio Jorge Ponzoni, coordenador técnico do estudo pelo Inpe. - Se mantivermos essa velocidade, em cerca de 40 anos não teremos mais mata alguma.


O novo atlas abarca o período de 2005 a 2008. Os dados são comparados com os do estudo anterior, de 2000 a 2005. Nos últimos três anos, foram desmatados ao menos 102 mil hectares de cobertura florestal nativa, o equivalente a dois terços do tamanho da cidade de São Paulo. Nos cinco anos anteriores foram 170 mil hectares, uma média anual praticamente inalterada.


- Isso mostra que o desmatamento está sem controle - avaliou a coordenadora geral do atlas, Márcia Hirota.


- Se nos últimos oito anos taxa média anual de desmatamento foi a mesma, isso significa que ano a ano a mata vem sendo suprimida sem que ninguém faça absolutamente nada. O poder público precisa agir para deter esse quadro. Se continuar assim, só nos restará mesmo contabilizar quantos anos mais de mata teremos.


Minas é o estado que mais destrói


O estudo foi feito em dez estados (BA, GO, MS, MG, ES, RJ, SP, PR, SC e RS) dos 17 em que a Mata Atlântica ocorre. Os do Nordeste ficaram de fora porque a frequente cobertura de nuvens na região impede a leitura dos satélites. Das áreas pesquisadas, o mapa revela que a situação é mais crítica em Minas Gerais, Santa Catarina e Bahia, que perderam, nos últimos três anos, 32.728 ha, 25.953 ha e 24.148 ha, respectivamente. Agronegócio e extração madeireira são os principais responsáveis.


O caso de Santa Catarina chama especial atenção pois se trata do estado de maior cobertura de Mata Atlântica, 22% do total original, e que, no entanto, vem desmatando muito nos últimos oito anos.


- O estado deveria usar esse percentual como indutor do desenvolvimento, como um patrimônio significativo, mas, em vez disso, o que vemos é um histórico de desmatamento - afirmou Márcia.


No Rio, a área desmatada aumentou, embora o número seja baixo: passou de 600 ha para 1.039.


Fonte: O GLOBO.