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Países pobres gastarão 56% a mais para importar trigo

Publicada em 11/04/2008 às 11:47:35

País pobre gastará 56% a mais para importar cereal, diz FAO
11/04 - 11:10
Os custos de importação de cereais nos países mais pobres do mundo devem aumentar 56% no ano comercial 2007/08, estimou nesta sexta-feira ( a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). O aumento deve-se aos preços internacionais mais elevados dos cereais, causados pela oferta apertada, pelas cotações mais altas do petróleo e taxas maiores de frete.

Em 2006/07, os custos de importação avançaram 37%, e os aumentos contínuos vêm provocando distúrbios sociais. Segundo a FAO, tumultos relacionados aos preços elevados dos alimentos têm ocorrido no Egito, Camarões, Costa do Marfim, Senegal, Burkina Faso, Etiópia, Indonésia, Madagáscar, Filipinas e Haiti. "No Paquistão e na Tailândia, tropas do exército estão em alerta para evitar roubo de alimentos de lavouras e armazéns", afirmou a organização, acrescentando que ao todo 37 países estão enfrentando crises relacionadas a alimentos.

Os preços continuam a subir apesar de medidas governamentais para limitar o impacto no curto prazo nos mercados domésticos, incluindo restrições às exportações, tarifas reduzidas e controles de preço. "A inflação no preço dos alimentos atinge mais os países pobres", afirmou Henri Josserand, do Sistema Mundial de Informação e Alerta Rápido sobre Alimentação da FAO.

Os alimentos representam até 60% a 80% da renda dos consumidores em países em desenvolvimento, muitos dos quais são importadores líquidos. Já nas nações industrializadas, os alimentos representam de 10% a 20% da renda. Nos países africanos de baixa renda, e onde há escassez de alimento, a conta do cereal deve aumentar em 74%, de acordo com um relatório da FAO. Os preços do trigo e do arroz quase dobraram em relação há um ano, e os do milho estão mais de um terço mais altos.

Produção mundial

A FAO projetou nessa sexta-feira (11-04) a produção mundial de cereais em 2008 para recorde de 2,16 bilhões de toneladas, uma alta de 2,6% no ano. "Mas muito dependerá do clima", disse a agência, lembrando que nesta mesma época do ano passado, a estimativa para a produção em 2007 foi muito maior do que a produção real que se viu depois. A agência lançou uma iniciativa relacionada à disparada dos preços, oferecendo assistência técnica e política. Atividades de campo estão começando em Burkina Faso, Mauritânia, Moçambique e Senegal.

A iniciativa também ajudará governos a prepararem ações e estratégias para aumentar a produção agrícola, e haverá colaboração com outras agências para estabelecer uma unidade de informação sobre o mercado de alimentação. De acordo com a FAO, US$ 17 milhões foram alocados para essas atividades. As informações são da Dow Jones.


Agência Estado
Autor: Deise Vieira