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"SUPERFEIJÃO" CHEGA COMO OPÇÃO PARA EXPORTAÇÕES.

Publicada em 03/11/2010 às 14:24:14

"Superfeijão" chega como opção para exportações.


Diante das incertezas que rondam o setor do feijão, principalmente com relação às expectativas da safra de 2010/2011, uma nova variedade da leguminosa chegará aos produtores em 2011. Trata-se de um feijão conhecido como "paulistinha", muito semelhante ao tradicional feijão-carioca, e que traz a vantagem de ser um produto de exportação.

A nova variedade deverá ter suas primeiras sementes distribuídas no começo de 2011, podendo chegar a 2015 com mais de 10% da produção total de feijão do Brasil, afirmou o presidente do Instituto Brasileiro do Feijão (Ibrafe), Marcelo Eduardo Lüders. "Não temos nenhum estudo sobre o mercado que essa nova variedade pode atrair; no entanto, produtores estão otimistas."

Segundo ele, o paulistinha tem a coloração igual à do carioca, mas o grão é maior, e tem alguma resistência às enfermidades encontradas nos feijões nacionais, além de ser aceito em outros países. Lüders afirmou que não se trata de nenhuma modificação genética, mas de um cruzamento entre espécies, que gerou uma nova qualidade da leguminosa. "Do ponto de vista de produção, ele vem sendo desenvolvido para que seja adaptado às nossas condições. Além disso, ele já vem com uma resistência a doenças comumente encontradas nas plantas, mas isso não significa que é geneticamente modificado", disse.

Lüders frisou também que essa variedade é parecida com a linha de feijões comercializada internacionalmente, o que daria uma segurança maior ao produtor em sua venda. "O nosso feijão-carioca não é bem-aceito no exterior; logo, toda a sua produção fica aqui: se produzirmos demais o preço cai e teremos prejuízo. Já o feijão-paulistinha daria ao produtor uma opção em caso de excedente."

O feijão-carioca é conhecido entre os produtores por ser uma matéria-prima com preços muito voláteis, tanto por causa do clima quanto por sua propensão a deteriorar-se, e principalmente por não ser aceito nas importações de outros países consumidores, restringindo-se apenas ao mercado interno brasileiro. Atualmente o feijão-carioca responde por 80% de toda a produção da leguminosa do Brasil.

De acordo com o presidente do Ibrafe, a ideia da entidade é descentralizar o consumo do feijão-carioca, e mostrar que tanto o feijão-preto quanto o feijão-de-corda ou mesmo o paulistinha são até mais saudáveis, e muitas vezes mais baratos que o tradicional "marronzinho", disse.

Divergências

Enquanto a produção da nova variedade não começa, o Brasil, que consome mais de 4,7 milhões de sacas de feijão por mês, vê o preço do produto oscilar bastante, não só pelos problemas climáticos causados pelo fenômeno La Niña, mas também por divergências entre produtores, entidades do setor e o governo brasileiro. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a expectativa para a safra 2010/2011 é saltar de 1,410 milhão de hectares registrados na safra anterior para 1,433 milhão. Além disso, espera-se um crescimento também da produção, passando de 1,463 milhão de toneladas de feijão, para 1,488. "Fizemos uma previsão cautelosa a respeito do feijão. Eu acredito que mesmo com o La Niña teremos um crescimento ainda maior que o divulgado", comentou o técnico de Planejamento da Conab, João Ruas.

Já o presidente da Ibrafe, que se diz muito satisfeito com as pesquisas realizadas pela Conab, discorda destas expectativas. Para ele, é utópico pensar em crescimento de área e produção diante de uma previsão de seca; contudo, ele afirmou que as áreas podem ter um recuo de 5% a 8%, e, com otimismo, a produção cairá apenas 10%. "Nós esperamos uma produção 10% menor em 2011, isso se a situação do clima for complicada, apenas. Se for muito complicada, podemos chegar a uma redução de até 30%. A expectativa da Conab abre espaço para discutirmos a respeito: como pode em ano de La Niña a produção aumentar?", finalizou.

Para Ruas, a única dúvida que resta é se no ano que vem o feijão terá um preço maior, o que incentiva a produção, ou terá o mesmo problema deste ano: uma produção alta na primeira safra, mas com preços pouco atrativos.


Fonte: DCI.