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Ferrugem asiática volta a comprometer safra de soja no Centro-Oeste.

Publicada em 16/03/2012 às 10:36:26

Ferrugem asiática volta a comprometer safra de soja no Centro-Oeste.Ferrugem asiática volta a comprometer safra de soja no Centro-Oeste.


A doença e, principalmente, a seca no Sul reduzem a safra e elevam os preços.
A seca sacrificou cerca de 30% da safra de soja da região Sul, e agora a ferrugem asiática está comprometendo parte da produção do Centro-Oeste. Mais de metade da safra do Mato Grosso já foi colhida, mas muitos agricultores que plantaram mais tarde estão reportando perdas médias de 10% sobre a produtividade esperada, por conta da doença.
A ferrugem soma-se à forte seca do Sul como fatores que interferem no potencial produtivo da cultura na América do Sul, dando suporte a uma alta internacional da soja. No Nordeste, onde o plantio da soja mais tem crescido nos últimos anos, também já há informação de falta de chuvas prejudicando as lavouras, segundo a analista Daniele Siqueira, da consultoria AgRural.


Apesar de ainda ser cedo para estimar as perdas geradas pela ferrugem, trata-se do ano com maior impacto da doença desde as grandes perdas de 2005 e 2006, segundo o gerente técnico da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso (Aprosoja), Luiz Nery Ribas. As lavouras mais prejudicadas são as chamadas tardias, que são colhidas e plantadas mais tarde que a média. “Depois de dois anos em que a ferrugem deu trégua, os produtores relaxaram”, avalia Ribas.


O clima seco do início da safra fez todos preverem que a ferrugem, causada por um fungo, não seria problema. Mas começou a chover mais justamente na época da colheita da soja precoce, que é plantada e colhida mais cedo. “A colheita joga os esporos do fungo na atmosfera e dissemina a doença”, explica ele. A soma do início da colheita com o aumento das chuvas em um cenário de produtores despreocupados permitiu o avanço da doença. Até porque, com a terra encharcada, os agricultores não puderam colocar os pulverizadores no campo para proteger as lavouras com fungicidas.


Nas últimas duas semanas, diversas consultorias privadas e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reduziram suas estimativas de safra. A Safras e Mercado, de Porto Alegre, diminuiu sua previsão de safra de soja de 70,27 milhões de toneladas para 68,23 milhões de toneladas no último dia 5. A AgRural deve divulgar uma nova estimativa na próxima semana, mas no dia 27 de fevereiro já havia reduzido suas projeções para 68 milhões de toneladas, contra 70,2 milhões esperados em janeiro e 73,1 milhões de previsão inicial.


Em seu relatório, a Safras e Mercado afirma que a continuidade da estiagem em janeiro e fevereiro na região Sul somou-se a resultados abaixo do esperado no Centro-Oeste, “com os prejuízos trazidos pelo avanço dos casos de ferrugem asiática”. Para Daniele, da AgRural, a ferrugem fará com que parte do potencial produtivo se perca, mas não chegará a causar uma quebra significativa. “Muitos produtores relatam perdas de 5 a 7 sacas por hectare, mas a expectativa era de uma safra muito boa, de até 60 sacas por hectare”, compara ela.


Apesar das perdas, quem não teve sua plantação dizimada pela seca vai registrar uma renda positiva, segundo a analista. Mas no Sul, nada será comparável com a safra recorde do ano passado. No oeste do Paraná, por exemplo, onde a renda líquida operacional do ano passado foi de R$ 1.450 por hectare de soja, a queda de produtividade pode levar esse resultado líquido para cerca de R$ 350. “A questão é que as chuvas foram tão mal distribuídas que alguns produtores perderam tudo e outros estão colhendo muito bem”, explica Daniele.


Fonte: sou agro.