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Com confirmação no Estado da lagarta que ataca a soja, produtor deve ampliar monitoramento das lavouras.

Publicada em 06/12/2013 às 21:29:51

Com confirmação no Estado da lagarta que ataca a soja, produtor deve ampliar monitoramento das lavouras.Com confirmação no Estado da lagarta que ataca a soja, produtor deve ampliar monitoramento das lavouras.

Responsável por prejuízos de R$ 2 bilhões na Bahia, helicoverpa armigera foi registrada em seis municípios do Rio Grande do Sul nesta safra


Com confirmação no Estado da lagarta que ataca a soja, produtor deve ampliar monitoramento das lavouras Embrapa/Divulgação
Presença da praga foi confirmada nos campos gaúchos nesta safra

Temor dos produtores rurais de todo país, a Helicoverpa armigera chegou ao Estado, de acordo com amostras recolhidas em seis municípios, entre os quais Tupanciretã, que tem a maior área cultivada com soja no Estado.

Representantes do setor estão em alerta mesmo com o resultado negativo em 40 das 47 em áreas onde foram instaladas armadilhas de feromônio (na parceria entre Universidade Federal de Santa Maria, a UFSM, e uma empresa privada). A presença da praga foi confirmada, até quinta-feira, também em Rosário do Sul, Santa Maria, Cruz Alta, Ipiranga do Sul e Estrela Velha. O resultado de uma sétima armadilha ainda está em análise pela UFSM.

O alto poder destrutivo da lagarta, que ataca diferentes culturas e partes da planta, pode significar prejuízo ao produtor e à economia do Estado. Segundo o presidente da Associação dos Produtores de Soja do Estado (Aprosoja), Décio Teixeira, a entidade já encaminhou ao Ministério da Agricultura pedido para a declaração do estado de emergência fitossanitária.

A medida, já autorizada em outros Estados, permite a adoção de práticas específicas para o combate à praga, entre as quais a importação de produtos com benzoato de emamectina (substância de uso não autorizado no Brasil).

– Essa lagarta está em toda a parte. Tem de combater imediatamente – avalia Teixeira.

Responsável pelo laudo que confirmou a presença da praga no Estado, o entomologista Jerson Guedes afirma que há risco de o problema se espalhar. Além dos seis casos já confirmados, há relatos diários de novas suspeitas nas instituições que atuam no controle da lagarta. O monitoramento permite ação rápida.

– Este deve ser o momento do controle, após a detecção das larvas, especialmente nas brotações da planta – diz Guedes.

Apesar da presença da mariposa em lavouras desta safra, o governo estadual reafirma que não há motivo para alarde. Os casos não vão alterar a estratégia da Secretaria da Agricultura, diz o diretor de defesa vegetal do órgão, José Candido Motta.

– Por enquanto, não há nenhum motivo para desespero – comenta.

1) O que ocorreu em outros Estados?
Da mesma família da Helicoverpa zea, comum em lavouras de milho do país, a Helicoverpa armigera foi observada pela primeira vez no país na safra 2012/2013. Registrada na África, Ásia, Oceania e Europa, não há informações precisas sobre como a lagarta chegou ao Brasil. No ciclo passado, as lavouras de algodão e soja da Bahia e Mato Grosso foram as mais afetadas pela lagarta, que tem alto poder destrutivo. No Estado nordestino, o prejuízo foi estimado em R$ 2 bilhões.

2) O que está ocorrendo em 2013?
Com o início da safra 2013/2014, a lagarta já foi registrada nas principais áreas produtoras de soja, inclusive no Rio Grande do Sul. Pegos de surpresa no ano passado, para o ciclo 2013/2014 os produtores aumentaram as ações de controle. Órgãos como a Embrapa ampliaram informações sobre práticas de monitoramento e o governo autorizou, em Estados com emergência fitossanitária declarada, a importação de produtos com benzoato de emamectina _ substância não autorizada no Brasil _ considerados eficientes para controle da praga em casos extremos.

3) Qual o risco de disseminação da Helicoverpa armigera no Estado?
A distância do foco inicial da lagarta (Bahia), o frio, a existência de campos nativos e o plantio de outras culturas foram fatores que retardaram a chegada da Helicoverpa armigera ao Rio Grande do Sul. Por ser uma praga de ocorrência recente, não há como precisar o quanto ela irá se disseminar, nem em que quantidade. Segundo o entomologista e professor da UFSM, Jerson Guedes, responsável pelos laudos de confirmação da praga no Estado, há um grande risco de ela se espalhar.

4) Que número de lagartas encontradas por hectare serve como alerta?

Não há um número seguro. A simples presença da mariposa ou das lagartas já são motivos para atenção. No entanto, a aplicação de defensivos sem critério ou preventivamente não é recomendada. O monitoramento pela detecção precoce pode permitir o manejo no momento adequado, evitando que se desenvolvam e fiquem difíceis de controlar. O inseticida só é indicado quando forem encontradas quatro lagartas com até 1,5 cm por metro quadrado na fase vegetativa e duas lagartas por metro quadrado no período reprodutivo.

5) Que ações estão sendo tomadas pelo governo e outros órgãos?
O governo do Estado, por meio da Emater e Secretaria da Agricultura, instalaram 45 armadilhas com feromônio em 35 municípios para monitorar a evolução da Helicoverpa. O "equipamento" é similar a uma casinha de papel, chamar a atenção dos adultos machos das mariposas, pelos quais é possível detectar a presença da lagarta. Além dos dois, outros 14 órgãos dos governos estadual e federal e também universidades, estão abastecendo um banco de dados para acompanhar a ocorrência da praga. Por enquanto, segundo o governo do Estado, os seis casos já confirmados no Rio Grande do Sul não são considerados motivos para alarde excessivo.

6) O que o produtor pode fazer para evitar a proliferação da helicoverpa no Estado?
Monitorar, monitorar e monitorar. Esse é o mantra dos especialistas. O uso das armadilhas de feromônio e do pano de batida, método tradicional para detectar presença de pragas no campo, são recomendados. Com a mariposa já presente nas lavouras do Estado, o professor da UFSM, Jerson Guedes, também orienta que o produtor faça uma visita atenta à sua lavoura no máximo a cada dois dias.


Fonte: Embrapa, Jerson Guedes, entomologista e professor da UFSM, e José Candido Motta, diretor de Defesa Vegetal da Secretaria da Agricultura.