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EUCALIPTO TRANGÊNICO

Publicada em 18/09/2008 às 22:38:28

Eucalipto transgênico terá menor quantidade de lignina da madeira e maior da concentração de celulose

Tendências

Avançam pesquisas com eucalipto transgênico

Biotecnologia garantiria plantas mais adaptadas, resistentes e produtivas

As plantações de eucalipto ocupam, no Brasil, mais de 3,7 milhões de hectares, segundo a Abraf (Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas), e são responsáveis por 70% da exportação de produtos derivados de florestas plantadas, que somou US$ 6,1 bilhões em 2007. Mesmo com este ótimo desempenho, os especialistas dizem que é possível ir além.

A facilidade que a planta oferece para a obtenção de materiais ‘superiores’ de diferentes espécies e a utilização em larga escala de reprodução vegetativa destas árvores ‘superiores’ – processo conhecido como clonagem – foram dois dos principais fatores que levaram o Brasil a alcançar reputação mundial na produção de eucalipto de alta qualidade e baixo custo, segundo o CIB (Conselho de Informações sobre Biotecnologia).

Nativo da Austrália, o eucalipto é responsável por produtos como papel, madeira para fabricação de móveis, geração de energia, carvão vegetal, construção civil e óleos essenciais.

De acordo com Cesar Augusto dos Reis, diretor-executivo da Abraf, “as florestas de eucalipto estão em franca expansão, tendo em vista as novas unidades industriais em construção nas áreas de celulose e papel, siderurgia a carvão vegetal e indústrias de painéis de madeira reconstituída, todas consumidoras de eucalipto”.

No entanto, ainda conforme o CIB, com a evolução da eucaliptocultura no País, ficou clara a necessidade de desenvolvimento de árvores mais adaptadas a diferentes solos e condições climáticas, agregando características de interesse econômico e social, como crescimento mais rápido, aumento de produtividade, resistência a algumas doenças e pragas, e tolerância a situações de estresse.

Pesquisas com biotecnolgia

“O Brasil deu um salto grande quando começou a realizar clonagem de eucalipto, pois conseguiu plantas e florestas uniformes, gerando mais produtividade”, explica Luciana Di Ciero, engenheira agrônoma, Mestre em Agronomia e Doutora em Ciências. “Mas o melhoramento genético, depois de atingir um patamar de excelência, estacionou e agora acreditamos que a biotecnologia será o diferencial para a continuidade do avanço agronômico desta cultura”, completa.

Segundo ela, as pesquisas com biotecnologia caminham para o desenvolvimento de variedades de eucalipto com maior produção por hectare, na medida em que pode contribuir para a redução da quantidade de lignina da madeira e aumento da concentração de celulose. Com isso, a madeira renderia mais, já que, no processo industrial, a lignina é inutilizada depois de ser separada da celulose, esta sim a matéria de interesse do eucalipto. O menor emprego de recursos químicos e energéticos no cultivo, menor emissão de efluentes, menores custos de produção, redução de resíduos e da área plantada, melhor qualidade da madeira, de rendimentos da operação e planejamento da produção seriam alguns dos benefícios trazidos com a aplicação da nova tecnologia.

Com engenharia genética, o eucalipto poderia dar origem ainda a combustíveis ‘limpos’, como o etanol a partir da celulose, tornando o Brasil pioneiro neste setor.

O ciclo de vida do eucalipto é longo (sete anos) e, por esta razão, ainda não há resultados dos estudos para subsidiar o pedido de liberação comercial do eucalipto transgênico no Brasil e no mundo. “Mas os experimentos estão adiantados e indicam que a empreitada será bem sucedida. Acredito que, em poucos anos, a planta estará no mercado”, avalia Luciana.

Empecilhos ao processo

Segundo Cesar Augusto dos Reis, da Abraf, muitas ONGs e movimentos sociais impõem resistência ao eucalipto e o excesso de burocracia no licenciamento, colheita e transporte da madeira para as pesquisas com variedades transgênicas podem atrasar o processo.

O aspecto positivo, para o executivo, é que há centros de excelência em pesquisa e desenvolvimento de produtividade de eucalipto, como a SIF (Sociedade de Investigações Florestais)/UFV (Universidade Federal de Viçosa), IPEF (Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais)/ESALQ (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da USP), Fupef (Fundação de Pesquisas Florestais), Cepef (Centro de Pesquisas Florestais) e Universidade Federal de Lavras (UFL). Grande parte dos estudos é promovida pelas próprias empresas envolvidas neste ramo.


Fonte: MONSANTO