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AGROPECUÁRIA:FAO MEDE DEGRADAÇÃO DE 70% DE PASTOS, COM MENOR PRODUTIVIDADE .

Publicada em 19/09/2008 às 19:31:07

AGROPECUÁRIA:FAO MEDE DEGRADAÇÃO DE 70% DE PASTOS, COM MENOR PRODUTIVIDADE



Práticas adotadas no Brasil, como o plantio direto e o uso de
um sistema integrado agrícola-pecuário-florestal são exemplos de estratégias de
pecuária associada ao desenvolvimento sustentável recomendadas entre as
conclusões da 10 Reunião da Codegalac Comissão de Desenvolvimento da Pecuária
para América Latina e Caribe, da FAO, capítulo Cone Sul.
O encontro de três dias promovido pela FAO em parceria com o Ministério da
Agricultura terminou hoje à tarde, com a participação de 50 representantes de 9
países.
O principal alerta do encontro foi de que a pecuária tem crescido mais de
3,7% ao ano na região, um aumento associado à redução da área de florestas.
Hoje, 70% dos pastos se encontram num processo de degradação, o que se reflete
em baixa produtividade e no avanço em zonas ambientalmente frágeis.
A degradação dos pastos aumenta a vulnerabilidade às mudanças climáticas e
à produção de gases de efeito estufa. E a Amazônia está entre os ecossistemas
mais afetados pela ampliação da fronteira agropecuária.
Por outro lado, os países do Cone Sul são os principais exportadores de
carne bovina no mundo e os estudos indicam que o consumo de carne se duplicará
nos próximos 20 anos, gerando novas oportunidades de mercado para a carne
produzida na região. Mas os países importadores cada vez mais exigem produção em
áreas ambientalmente sustentáveis, o que mostra a necessidade de políticas e
programas estratégicos de grande escala.
Os países da região têm recursos naturais e tecnológicos suficientes para a
intensificação sustentável da produção sem necessidade de ampliar a fronteira
agropecuária até os ecossistemas mais frágeis. No entanto, as pressões de
mercado estão provocando o avanço da atividade em zonas de maior vulnerabilidade
ambiental, o que pode aumentar os níveis de desmatamento, degradação de solos,
perda de biodiversidade, diminuição de recursos hídricos e vulnerabilidade às
mudanças climáticas.
Nesse contexto, os governos necessitam com urgência desenvolver mecanismos
e políticas para enfrentar essa situação, através de um marco de referência para
a tomada de decisões e a formulação de instrumentos e programas de
desenvolvimento pecuário sustentável.
Se nenhuma iniciativa for tomada, o processo de degradação pode ser
irreversível, ou de grande custo. E o avanço às áreas mais sensíveis pode
aumentar por causa das pressões do mercado, mas com consequências de maiores
custos de produção, baixa rentabilidade, perda de competitividade, menores
rendas para os produtores, desemprego e aumento da migração do campo para a
cidade. Também poderá haver perda dos mercados atuais pela degradação ambiental
e perda de oportunidades de novos mercados, com o aumento da pobreza em zonas já
vulneráveis.
Os participantes do encontro recomendaram que, com o suporte da FAO, os
governos nacionais criem iniciativas para identificar as áreas mais vulneráveis
e de maior risco; pesquisar o estado atual da produção pecuária e promover a
inserção dos pequenos produtores ao mercado e à tecnologia.
Os países também solicitaram à FAO o apoio técnico para formular um Marco
Orientador para o desenvolvimento de políticas e programas de gestão
agro-ambiental e inovação tecnológica para o desenvolvimento sustentável, a
recuperação de pastos degradados em ecossistemas pecuários estratégicos e a
promoção de sistemas integrados agrícola-pecuário-florestais que permitam a
intensificação sustentável da produção, reduzam a vulnerabilidade às mudanças
climáticas e melhorem a rentabilidade do setor.
Será criado ainda um grupo de trabalho de centros de pesquisa do Cone Sul,
liderado pela Embrapa, para a elaboração de uma proposta de ação e avaliação
técnica, econômica e ambiental das tecnologias disponíveis para a recuperação de
áreas degradadas e intensificação sustentável da produção pecuária. As
informações são da FAO.
(JL)


Fonte: FAO